sábado, 31 de maio de 2008

Galo doido. Mesmo.

Pois é.

E deu na rádio que a saída do Beto "bom de bola" da diretoria de futebol do Glorioso se deveu ao fato de que outras pessoas dentro do clube (pelo visto, o Alexandre, novo diretor) estavam negociando com o Gallo e que o Leão (que estava em contato com o beto) até teria se surpreendido com a notícia, pois estava interessado em retornar. A própria saída do Beto Arantes teria sido motivada por esse "atravessador" interno.

O fato é que não se sabe, realmente, o que teria motivado sua saída.

Como diria minha avó, que agora está muito melhor que nós, onde há fumaça, há fogo e esse fato chama a atenção.

Se essa história for verdade será mais um exemplo para a coleção de incoerências dessa diretoria descabida. Como, meu santo Deus!?!?, num clube de futebol que se diz profissional, há duas pessoas do mesmo clube negociando com técnicos diferentes? E, pior, pelo que pareceu, eles estavam trabalhando independentemente,ou seja, cada um sem saber da procura do outro.

Como essa diretoria que dar direção pra esse clube sendo tão desorientada?

Bah! Os níveis de emputecimento subiram.

É preciso arrefecer com cerveja! Deus salve os egípcios!

Iscaí.

À guisa de introdução à paixão alvinegra: 100 anos depois.

25/03/2008

É hoje.

E me levantei com muitas idéias do que escrever sobre este momento e sobre o que sinto disso.

Pensei em dizer que, apesar da falta de conquistas, a paixão pelo manto supera tudo.

Pensei em dizer que só quem tem força para carregá-lo no peito e nos ombros é digno de vesti-lo.

Pensei em dizer que, para tal, é preciso coragem para desafiar um dos mais devastadores fenômenos naturais: o vento.

Mais aí me dei conta de que, tudo que tentasse escrever seria pequeno diante da grandiosidade daquilo que escreveu Drummond. E desisti.

Resolvi enviar a vocês o que me fez perder a voz várias e várias vezes no Gigante da Pampulha, desde aquela primeira vez, em 1994, quando Carlinhos (obrigado compadre!) me levou a conhecer aquilo que seria uma de minhas maiores paixões.

E, quando terminei de subir o último lance de escadas - lembro-me como hoje - a massa cantava tão apaixonadamente que não houve um milímetro sequer do meu corpo que não tenha sentido intensamente essa paixão.

E hoje, quando me pus a ouvi-lo, emocionei-me como na primeira vez.

Te amo CLUBE ATLÉTICO MINEIRO!

Jason Urias

26/03/2008

1979, últimos jogos do campeonato mineiro, Galo x Guarani no Mineirão e Refrigerados x Uberaba no Uberabão.

O Galo tinha um ponto a mais, jogava em casa, pensando bem, era para ser fácil. Fácil hein? Lá no triângulo o bicho tava pegando, nas minhas lembranças chegou a ficar 3 x 3; depois o Uberaba acabou a pilha e tomou mais 3. Na pampulha 1 x0 para o time de Divinópolis.

Meu pai trabalhava no plantão, pegava serviço 23:00 h. Ele esperou até quando deu, depois teve que ir embora. Eu que sempre dormia cedo, naquela época criança dormia cedo, continuei lá na beira da cama com o rádio.

No finzinho do jogo, eu lembro como 36 do segundo tempo, Paulo Isidoro empatou. Aos 39, outro do Isidoro. Depois, 42 minutos e um tal de Serginho fez o terceiro. Esses dias li num jornal que o primeiro do Isidoro foi aos 31. Qualé a deles, estragar a minha lembrança? Para mim será sempre 36, 39 e 42.

No outro dia tinha o globo esporte, é, já tinha o danado. Mostraram os gols, que nem imagino mais como foram, narração do Fernando "tá no filó" Sasso. No final do programa subiu umas letrinhas, "Atlético Bicampeão Mineiro". Foi o primeiro título que eu vi o Galo ganhar.

A partir desse dia continuei a acompanhar todos os jogos, seja no radinho, televisão (raro na época, só passava a final) ou Mineirão. 1980 começou (nas minhas lembranças de novo ) com dois amistosos com o São Paulo; 3 x 0 no Tupi foi o mais recente.

Em 1979 meu pai me contava histórias do Galo. Ele acompanhava o time desde 1957, quando mudou para BH. Minha mãe fala que quando eles eram namorados e tinha jogo nem adiantava tentar conversar, ele só preocupava com o jogo. Esse negócio de ser atleticano, no meu caso, deve ser genético. Basta lembrar as aulas na PUC e o radinho que nós três grudávamos no ouvido.

Devo estar ficando velho, estou contando histórias de quase 30 anos atrás. Ainda bem que o Galo continua vivo, porque pretendo, se Deus permitir, contar mais histórias por pelo menos mais uns 50 anos.

Viva Eu, viva meu Pai, viva (no singular mesmo) todos os atleticanos.

E viva o GALO, amor eterno da minha vida.

GAAAAAAAAAAALOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Herberth Mendes

26/03/2008

Não sei se pela cronologia que me desfavorece, ou simplesmente pela memória fraca que me prejudica, mas fato é que minhas recordações factuais futebolísticas não são as melhores.

As fotos não deixam mentir. Vocês puderam ver lá em casa, com um ano de idade, mal conseguia andar e estava lá eu, estampando a camisa alvinegra. Sim, aquela de pano, que esquentava pacas! assim como todo manto sagrado faz com o coração apaixonado do atleticano!

E o lugar da foto! como não lembrar... a garagem da casa da vó, onde anos mais tarde passávamos (eu e outros primos atleticanos) a tarde jogando futebol, onde também as tias atleticanas nos ensinaram essa paixão - Paixão se ensina, sim! E como as crianças aprendem rápido!

Daí pra frente, não me recordo de quase nada dentro das quatro linhas (nem lembro direito a escalação do galo 3 x 0 tupi no último domingo, hehe). Mas não poderia deixar de esquecer um fato marcante. Se a paixão pelo galo eu aprendi com as tias, foi porque com o irmão - maria - e o pai - flamengo -, isso era impossível. Mas com este último foi que aprendi a passar 2 horas, às vezes intermináveis, às vezes quase instantâneas com o ouvido colado no rádio.

E foi numa dessas que, aos, 8, 9, 10 anos, não me lembro bem, sentado sozinho no quarto da mãe, com o ouvido colado no aparelho de som, eu ouvia com volume baixo - não sei se não queria deixar explodir a emoção ou se queria apenas um momento íntimo - com meu clube!

Pois era um dia de clássico. Quando comecei a ouvir o jogo, as marias já venciam por 1 a 0. Mas algo muito forte que vinha do rádio não me deixava sair dali. Uma coisa contagiante, além do barulho da massa, que pouco tempo depois fui apresentado, com o nome de Willy Gonser. É muito bom ainda poder lembrar do gol do galo, narrado por ele, que me encheu de alegria e emoção!

Algo há em meu inconsciente (hehe) que me faz lembrar desse fato, que tão marcante pela emoção, não podia esconder um pouco de tristeza. O placar foi finalizado em 2 x 1 pras marias. Lembro-me claramente, após alguns minutos do término, eu finalmente desligo o rádio, e saio do quarto, ainda querendo esconder um certo sofrimento.

Sofrimento por perceber que ali, eu tomei consciência daquela paixão que vinha aprendendo, que vinha estampando em meu manto alvinegro. E por ter que, naquele momento em que fomos batidos, segurar a necessidade de entoar o canto da massa!

Acho que um pouco desse canto ainda está contido, e a cada gol, grito da massa, barulho, buzina, foguete, copo que cai, ou mesmo sem motivo algum, ou simplesmente por pura paixão, estou mais do que pronto pra gritar GALOOO!

GALOOOOO!


Gus


*Jason Urias, Herberth Mendes e Gustavo Martins trabalham em diferentes órgãos públicos em MG. Formados em psicologia, começaram a compartilhar a paixão pelo GALO logo nos primeiros anos de graduação. Como neste dia do centenário, é comum encontrá-los trocando informações e memórias acerca do glorioso Clube Atlético Mineiro.