segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Alegria com o Galinho. Apreensão com o Galão.

Quase vira mais um tropeço em casa.
Belo Horizonte (Acho que me empolguei. Mas também, com dois jogos...) – A idéia era para que fossem apenas alguns adendos, mas não tive como evitar. Com rodada dupla no Mineirão, vi coisa demais e fazer isto tudo caber nos comentário do post do GND, seria tarefa complicada, além da chatice de postar um comentário gigantesco. Então, resolvi fazer este post.

Na verdade, não tenho muito a acrescentar à resenha do Gus. Também ficamos – nós, que lá estávamos – com a sensação de que a goleada estava escrita quando o time fez dois gols daquela forma. Aliás, não só por causa dos gols, mas pelo volume de jogo e pela pressão que o Galo havia exercido até aquele momento, inclusive com bola na trave.

O Carlos Alberto foi um lateral ‘meia boca’ no jogo de ontem. Realmente falhou em alguns momentos, mas acertou em vários outros, principalmente no primeiro tempo, quando fez desarmes importantes. Fiquei com a impressão que talvez esta inconstância – devido a queda de produção na segunda etapa – fosse devido ao tempo parado e esta hipótese me fez mais sentido quando via o Roth perguntando o CA inúmeras vezes como estava se sentindo (sinalizando levando a mão à região posterior da coxa, local da lesão).

Ainda no que tange ao setor defensivo, devo dizer que ultimamente tenho ouvido inúmeras críticas ao Werley e ficava bastante intrigado quando alguém me dizia que ele é um zagueiro ruim. Pensava: “Uai, será que este cara está vendo o mesmo jogo que eu ou eu estou ‘viajando’ demais?” Ontem, reforcei a idéia de que não estou tão ‘viajado’ assim. O Werley tem jogado bem, sim. Fez um jogo muito bom, responsável e obediente taticamente. O Gus vem chamando a atenção para o seu estilo de jogo e sua descrição foi perfeita. Sério, sem aparecer nem prejudicar. Acrescento a isso o fato de, muitas vezes, cobrir/corrigir as lambanças do WF. Portanto, continuo gostando muito do seu futebol.

Entretanto, não posso deixar de concordar com o Vilaça, quando diz que ainda é um zagueiro inexperiente, que toma dribles ‘bobos’ (realmente tem tomado muitas ‘canetas’, apesar de ontem não ter sido ‘rabiscado’). Sua grande virtude é sua responsabilidade e sua seriedade com o jogo e isto tem me deixado muito impressionado.

Quanto ao Júnior, Gus, discordo. Acho até que ele entrou animado no jogo, mas não conseguiu cumprir seu papel tático. Cheguei a vê-lo ‘embolado’ na esquerda com o Feltri e o Éder. Jogou muito como ala esquerdo e é para esta fato que direciono minha crítica. Ele dá velocidade ao time, sim. Mas funciona pouco como aquele meio campo que organiza o jogo, que pensa e cria as jogadas – pelo óbvio motivo de esta não ser sua posição. Escondeu-se muito naquela faixa do campo, deixando a ‘zona criativa’ do time órfã. Ao contrário dos elogios freqüentes que o técnico Celso Roth tem feito à experiência do Junior, penso que para assumir a função que ele não tem conseguido exercer é preciso algo mais. É preciso ser criativo técnica e taticamente com uma certa capacidade de ‘intermediar’ o setor defensivo e ofensivo do time. Acho que esta capacidade o Junior não tem e, inexplicavelmente, isto tem ficado muito mais evidente nos últimos jogos.

Isto tudo me faz manter a idéia de que é preciso ter um jogador específico para aquela posição. Talvez este jogador seja o Renan Oliveira mas, como insinuou o Roth, se ele não está agradando nos treinos, assim como o Tchô, é preciso que a diretoria comece a buscar alguém com condições de assumir tal função, que tenha as características necessárias para ser o elo estrutural do time (começo a concordar com o Vilaça , pois o Roth não dá sinais de apostar no RO. Agora, Roth, uai, você diz que o menino não entrou bem por causa da “falta de seqüência”. Não é contraditório, isso? Não joga bem porque não entra, uma vez que só entrando nos jogos, tendo ‘sequência’ ele pode jogar bem? Como já havia dito, o pessoal do futepoca tem razão).

Porém, de forma geral, as falhas que o time apresentou foram amenizadas pelo gostinho bom deixado pelo Tetra Campeonato do Galinho!


Foi um jogo muito interessante. Já no início, o ‘bicudinho’ deu mostras de que o terreiro tem dono e que o tetra campeonato era o ‘prato de comida’ da garotada, depois de todo o suor e esforço gastos para chegar à finalíssima. Durante os primeiros minutos, nossos juniores quase não deram oportunidades ao Inter. Bem postado, o sistema defensivo venceu quase todos os embates, comandados pelo ótimo zagueiro ainda juvenil Sidimar e a maior promessa do time, responsável direto pela classificação às semifinais e às finais, o goleiro Renan Ribeiro.

O Inter se segurava do jeito que dava mas, em um lance em que também contou com a sorte, o meia Wendel – um dos destaques do time – chutou uma bola da entrada da área e contou com o desvio colorado para enganar o goleiro, marcando o único gol da partida.

Este meia, aliás, me impressionou muito em todos os jogos que pude ver, por sua imensa habilidade com a bola nos pés, além de uma ótima visão de jogo. O problema é que sua pose de ‘marrento’ e sua individualidade que chegava a irritar em alguns momentos escondem um pouco seu talento. Penso que o Galo tem nele, uma grande promessa que, no entanto, precisa muito da atenção da comissão técnica para lapidá-lo.

Mesmo após o gol, o Galinho continuou soberano no jogo, não permitindo que o time gaúcho chegasse à meta do Renan.

Logo no início do segundo tempo os colorados perderam um jogador expulso depois de falta no atacante Marcos Arthur, que escapava pela esquerda do nosso ataque em alta velocidade. Depois disso, apesar da vantagem numérica, o time não aumentou o ritmo e a pressão se manteve, digamos, constante. Tivemos inúmeras chances de gol, inclusive com duas bolas na trave e três defesas excelentes do goleiro alvirrubro, uma delas numa boa cobrança de falta do Sidimar.

O final do jogo se aproximava e, talvez acompanhando a euforia da torcida que começava a encher o estádio e já gritava “é campeão!”, o time caiu muito de produção. Foi aí que o jogo se inverteu e o Galinho passou a jogar nos contra-ataques, já que o Internacional se aproveitou do relaxamento de seu adversário e exerceu forte pressão, tendo maior volume de jogo e não deixando transparecer que estava em desvantagem numérica. Ainda assim, tivemos boas chances de gol com João Pedro – substituto do Wendel - que não passou uma bola ao Marcos Arthur, melhor colocado (estava cara-a-cara com o goleiro) e poderia ter ampliado o placar, ‘matando’ de vez o jogo.


Foi assim até que o juiz apitasse o final do jogo, após cinco longos minutos de acréscimo. Felicidade geral e comemorações com direito a volta olímpica e tudo. Parabéns ao ‘bicudinho’! Parabéns à comissão técnica representada pelo treinador Rogério Micale que, com apenas seis meses de clube já traz resultados. E parabéns à diretoria por investir nesta comissão que dá sinais de muita competência. Que este investimento seja feito, também, em todos os outros níveis da categoria de base do Galo.

4 comentários:

Tom disse...

O que me deixou impressionado no Galinho foi o futebol agudo , eficiente, automatizado que caracterizou sua performance nesta final.
Fiquei pensando qual foi a mágica que propiciou tudo isto neste jogo final.
Outra coisa, a coragem e precisão dos chutes de fora da área, de dentro, de qualquer canto.
Tomara que não seja um encantamento temporário.
PS: Este Wendell já tinha ouvido falar muito bem, dizem q é marrento, mas tem mais q ser mesmo.

Jason Urias disse...

Pois é, Tom. Eu estava comentando com o gus, ontem, que esses garotos são ousados. Frequentemente tentavam dribles, chutes - como você disse - chapeus, gaúchas, etc.

O Wendel é ótimo jogador, mas as vezes sua marrentice se reflete em chances desperdiçadas por excesso de preciosismo, de confiança ou de... 'marrentice', mesmo. Para o time, pode não ser tão bom perder uma chance de gol.

Mas ele compensa isto com um repertório de jogadas muito variadas que vez por outra são muito eficazes. O que me impressionou muito nele é sua visão de jogo. A capacidade que esse menino tem de lançar bolas em profundidade é impressionante.

Tomara que ele tenha chance no profissional e tomara que o Kalil não o entregue aos gringos por qualquer mixaria. Tomara que seu passe já não esteja comprometido com empresários, 'grupos de investimentos', laboratórios, supermercados... Ah... Tomara tanta coisa...

Herberth Mendes disse...

Kalil tomou a decisão mais acertada em relação aos juniores. Empresário não entra na nossa granja e todos os jogadores são 100% do Galo. Nos últimos anos nos depenaram completamente, vamos ver se agora a coisa funciona.
Em relação ao Galão, 6 que estiveram em campo ontem vieram da base.
Quanto ao Renan O., mais cedo ou mais tarde ele vai se encaixar nesse time.

Borusso disse...

\o/ Felicitações pelo Tetra ao Galinho! Gostei do futebol do Soutto!

As caract. dos atletas que vocês descreveram serão preciosas! Há séculos não vemos o time Pro fazer tais jogadas. Então qdo os guris forem promovidos, se conservarem essa ousadia saudável, vamos ter jogos emocionantes.