Belo Horizonte ("O diagnóstico do diagnosticador") - Muito bacana a 'Associação Livre' do Tom aqui no divã do FEF.
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“Meta parafraseando” Zola: eu “me acuso”. Nunca tive muita paciência com ele. O li na pós-adolescência. A Morte de DJ em Paris. Na época “boei” literalmente. Suas crônicas no Estado de Minas, suas aparições televisivas com gestual excessivo e mise-em-scéne afetada não me convenciam e me davam preguiça.
Quando no Hoje em Dia escrevia lado a lado a Eduardo de Almeida Reis com suas fabulosas e obrigatórias “50 linhas”, eu invariavelmente passava batido.
De fato só o digeria mesmo às segundas feiras quando fazia crônica esportiva e transpirava sua paixão Atleticana. O respeitava por seu preciso e definitivo diagnóstico da paixão e da alma Atleticana, onde captou nosso destino de torcer contra todos os ventos, sempre que os houver... E isto me bastava. Certa feita escreveu algo assim: “Reinaldo fez a bola passar por onde só passaria um sonho”.
Por fim, acidentalmente li sua crônica explosiva e apaixonada onde intimava o então presidente Nélio Brant à renúncia. No dia não valorizei, mas foi o irreversível estopim para a queda do sucessor de Paulo Cury.
Sabia que ele havia ganhado precocemente o Premio Esso de jornalismo, que era um supersticioso vocacionado, hipocondríaco, não dirigia, não andava de avião, não suportou trabalhar no Rio e também um silencioso e romântico humanista de esquerda, amigão do Frei Beto, um solteiro inveterado, sempre bem acompanhado, sempre renovadamente apaixonado.
Agora o Herberth cita a coletânea de crônicas (A paixão em preto e branco) que eu desconhecia e a perfeita definição da desilusão e revolta Atleticana na metáfora da obra prima inacabada *.
Este fragmento de texto lembrado pelo Herberth me revelou que preciso reler suas crônicas e revisitar Roberto Drumond.
Quando no Hoje em Dia escrevia lado a lado a Eduardo de Almeida Reis com suas fabulosas e obrigatórias “50 linhas”, eu invariavelmente passava batido.
De fato só o digeria mesmo às segundas feiras quando fazia crônica esportiva e transpirava sua paixão Atleticana. O respeitava por seu preciso e definitivo diagnóstico da paixão e da alma Atleticana, onde captou nosso destino de torcer contra todos os ventos, sempre que os houver... E isto me bastava. Certa feita escreveu algo assim: “Reinaldo fez a bola passar por onde só passaria um sonho”.
Por fim, acidentalmente li sua crônica explosiva e apaixonada onde intimava o então presidente Nélio Brant à renúncia. No dia não valorizei, mas foi o irreversível estopim para a queda do sucessor de Paulo Cury.
Sabia que ele havia ganhado precocemente o Premio Esso de jornalismo, que era um supersticioso vocacionado, hipocondríaco, não dirigia, não andava de avião, não suportou trabalhar no Rio e também um silencioso e romântico humanista de esquerda, amigão do Frei Beto, um solteiro inveterado, sempre bem acompanhado, sempre renovadamente apaixonado.
Agora o Herberth cita a coletânea de crônicas (A paixão em preto e branco) que eu desconhecia e a perfeita definição da desilusão e revolta Atleticana na metáfora da obra prima inacabada *.
Este fragmento de texto lembrado pelo Herberth me revelou que preciso reler suas crônicas e revisitar Roberto Drumond.
Quando ele partiu, a produção e o mercado literário futebolístico estavam emergindo e a exemplo de outros escritores foi convidado a reescrever a história do Galo, uma história nova, um outro olhar, na época percebi que apenas ele teria as credenciais para construir e nos revelar.
Da mesma forma que o quadro, esta obra também ficou inacabada. Dizem que quase chegou a concluí-la; faltou-lhe o pincel de ouro. Faltou-nos esta última e definitiva crônica.
Que sina, a nossa, a do Galo e também a desta única e verdadeira paixão do Roberto, a sua Paixão em Preto e Branco.
* “... o Atlético sonha com o Brasil e o mundo, mas tem um time bom para apenas ganhar campeonatos em Minas e ameaçar ganhar a Taça de Ouro. Vocês já viram um quadro que o pintor não acabou de pintar? Pois esse quadro, ainda por completar é o time do Atlético: que o pintor (no caso o presidente) pegue o pincel de ouro e termine o quadro."
Da mesma forma que o quadro, esta obra também ficou inacabada. Dizem que quase chegou a concluí-la; faltou-lhe o pincel de ouro. Faltou-nos esta última e definitiva crônica.
Que sina, a nossa, a do Galo e também a desta única e verdadeira paixão do Roberto, a sua Paixão em Preto e Branco.
* “... o Atlético sonha com o Brasil e o mundo, mas tem um time bom para apenas ganhar campeonatos em Minas e ameaçar ganhar a Taça de Ouro. Vocês já viram um quadro que o pintor não acabou de pintar? Pois esse quadro, ainda por completar é o time do Atlético: que o pintor (no caso o presidente) pegue o pincel de ouro e termine o quadro."
5 comentários:
Mais um belo texto do Tom.
Só tomei conhecimento do Roberto na minha adolescência - que nem tem tanto tempo assim - quando foi obrigado pela ditadura do vestibular a ler Hilda Furacão.
Não é preciso dizer que achei um porre né. Nada pior do que ler algo por obrigação. Então, a verdade é que na literatura ainda o desconheço.
Como atleticano, sempre o conheci como um mito por sua mais que famosa frase. Mesmo as crônicas de jornal desconheci. Foi mesmo neste livro que pude desfrutar.
E, menos por descaso do que por cuidado - com a leitura e com o coração - que nem terminei. Só o leio em doses homeopáticas... hehe
Genial.
Gus, no meu caso acho q relembraria de muitas crônicas que lí , mas agora com uma disposição e entendimento diferente.
Vou sair à caça deste livro, será q encontro ainda?
Pq comigo funciona assim: Hilda Furacão creio q eu digeriria numa boa.
Mas, é o tal negócio, há livros para ter e outros apenas para ler, e neste caso, é este o caso.
Uma Paixão em Preto e Branco eu gostaria de ter.
Gostei do texto.
Oxalá o filho do pintor ganhe o correspondente à Taça de Ouro em dezembro. E no Ano II com o que a Auditoria revelar ele se sinta mais livre pra comprar nova tinta.
Tb soube em set. ou out/01 que o Drummond fora o escolhido pela Coleção Camisa 13. Alguns meses antes eu havia começado a ler suas crônicas no EM. Aprendi coisa à beça do CAM com elas.
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