Galo no Divã: Goiás 2 x 3 Atlético MG

("Confusion will be my epitaph. As I crawl a cracked and broken path If we make it we can all sit back And laugh. But I fear tomorrow I'll be crying..." - King Crimson )

Trinta minutos de um futebol de dar gosto. Quinze minutos com alguns deslizes e nada de resultado.
Quarenta e cinco minutos de futebol de várzea, de dar medo. E no final, os 3 pontos.
Vai entender... a cada rodada, a confusão que se vê nos extremos da tabela é reflexo da igualmente bagunçada estrutura dos times. Ainda não dá pra bater o martelo pra nada. Mas ainda temo pelo amanhã...

A bola escapou várias vezes. Felizmente só em 2 encontrou o caminho.

Carini: Uma bola indefensável. Outra defensável.
Carlos Alberto: Já passou da hora de voltar a ser volante.
Werley: Deu várias bobeadas, mas não se desesperou e não perdeu a seriedade.
Benitez: Esteve melhor que em outras exibições, mas ainda denuncia a fragilidade do setor.
Thiago Feltri: Como sempre, se esforçou bastante. Mas um pouco mais de treino poderia poupar-lhe alguns esforços e poupar-nos de alguns xingamentos.
(Wellington Saci): Não apareceu. Sua entrada foi boa para - quem sabe - assustar o Feltri.
Renan: Começou bem, mas quando todo o time precisava de mais atenção, foi um dos mais desatentos.
Corrêa: Sem o brilho das primeiras exibições, mas com a lucidez de sempre.
Serginho: Fominha ao extremo.
(Evandro): Errando como sempre quando não pode. Mostrou que pode ajudar algum dia, mas nunca ser titular.
Ricardinho: Entendi o número de sua camisa. Ele vale pelos últimos 8 camisas 10 (quem vai fazer a estatística dos nomes destes? hehe) que tivemos.
Éder Luis: Entrou mais disposto e tentou jogar. Mas desta vez, não deixaram.
(Alessandro): Desculpem-me por ter pedido sua entrada. Nada de disposição, vontade, garra.... tudo ao contrário do que eu dizia.
Diego Tardelli: Um primor. Inteligência de poucos na movimentação, visão de jogo e posicionamento. Só não pode se acostumar a perder tantos gols. Uma hora realmente precisaremos deles.

Celso Roth: Tem demonstrado que anda insatisfeito com várias coisas do time, como nós. Mas algumas delas são culpa dele. Por exemplo, os buracos deixados pelos volantes na entrada da área...

Morri de medo o tempo todo. Pra mim, a derrota era certa. Só me restava secar os adversários de outros confrontos. Mas aí veio um futebol de dar gosto, associado à apatia goiana e a impaciência do torcedor de casa que deve ter aprendido as piores coisas que a massa alvinegra fez este ano. O time do Goiás estava no bagaço. E, para pisar em cima, Tardelli mostrou para o Feltri que, antes de cruzar, deve-se olhar pra área. Mostrou também, que deve-se prestar atenção no posicionamento do goleiro. E ainda, é preciso saber a hora de mandar por cima ou por baixo. O Serginho não chegou, mas Harlei falhou e o '8x10' marcou.
Diferentemente de outros jogos, o galo não recuou com a vantagem no placar. Isto foi

fundamental para manter o ritmo e aumentar o marcador em jogada que contou com mais um belo passe do Ricardinho, presença fundamental do Benitez com uma cabeçada bem consciente e o oportunismo do Éder que deixou toda zaga pra trás só pra esperar a hora de empurrar a pelota.

E, quando tudo parecia ser diferente, que o tabu estaria quebrado, eis que volta a confusão. Buracos medonhos na frente da área, um bate-cabeça danado e dois atordoantes gols em apenas 5 minutos.

Nunca se sabe qual time atleticano volta do vestiário. Mas, desde que soou o apito, ficou claro que não seria o mesmo dos primeiros 30 minutos de jogo. E o Goiás, desembestado e distribuindo pancadaria não ficaria mais apático como na primeira etapa.

Com um gol de pênalti e outros tantos desperdiçados, arrastamo-nos até os quase 50 minutos num martírio interminável. Um dos 10 atleticanos que acompanhava a transmissão disse certo momento: "É impressionante como a lucidez sai sempre dos mesmos pés" (a saber, Correa, Ricardinho e Tardelli). E completou: "É impressionante como a falta de lucidez sai sempre dos mesmos pés" Pra não ser radical e dizer que são os outros 8, destaco aqui os laterais e os volantes que insistem em fazer jogadas que não sabem.

O que era improvável começou a acontecer. Com 2 tentos a zero, o impossível insistiu em nos assombrar. O empate nos jogou mais água fria do que a chuva de quinta. E quando a medíocre normalidade pareceu imperar, o suspiro final nos manteve onde - ainda que não totalmente confiante - acreditamos poder estar.