Galo no Divã: Atlético MG 2 x 1 Vasco

("Mother, should I run for president?
Mother, should I trust the government?
Mother, will they put me in the firing line?
Is it just a waste of time?" Mother, Pink Floyd )

Síndrome de time pequeno à vista? Apenas 30 minutos de futebol é muito pouco para quem disputará 38 partidas e se propõe a ser campeão.
Desgaste? Não é só o Galo que tem. E a preparação física? Cá pra nós... do jeito que abateu todo o time, tá mais pra preguiça seguida por desculpa esfarrapada.
De que valeu? 3 pontos, claro. Nunca podem ser desprezados. Fizemos a lição de casa.

"Esse aí é meu, mas se você não consegue de outro jeito, empurra lá"

Considerando que ninguém jogou no segundo tempo, ficam aqui observações sobre o primeiro.
Aranha: Bola na área = caos. Bola firme, nem pensar. Reposição de bola da pior qualidade (e ainda insistem em ficar recuando pra ele).
Coelho: Começou mal, foi se recuperando, depois morreu. E deixou o setor totalmente desprotegido.
(Evandro): Errou duas jogadas e deixou de fazer um gol. Nenhuma novidade.
Werley: No mano a mano parece ter aprendido muito com o Jairo.
Jairo Campos: Não deu os vacilos dos últimos jogos, mas ainda pode ser muito mais.
Leandro: Corre pra lá, pra cá, participa do jogo, mas nada que encha os olhos.
Zé Luis:Competente.
Fabiano: Se movimentou bastante, mas teve momento que pareceu deslocado.
(Carlos Alberto): Tentou consertar as falhas do Coelho na defesa. No ataque, foi o de sempre.
Ricardinho: Esteve bem até os trinta minutos. Depois, ajudou muito para a queda do ritmo.
(Júnior): Não apareceu. Aliás, 15 minutos é muito pouco para a Velha mostrar a que vem.
Muriqui: Como se não bastasse jogar fora os presentes que recebe, ainda rouba um gol do aniversariante.
Diego Tardelli: Jogou muita bola enquanto o time mostrou que seu esforço valia a pena. Depois foi só mais um.

Luxemburgo: Além de substituir mal, continua intransigente nas entrevistas. Não aceita críticas e quanto elas aparecem, muda o foco.

Primeiro tempo: 4 minuto de jogo e o Vaixco nem tinha passado do meio campo. Um sinal de que os adversários estão voltando a respeitar o Galo em sua casa? Um indício de que estamos no caminho de corrigir as recorrentes falhas de começo de jogo? Não sei. Mas, quando começaram a se aproximar da área, vieram os sustos. A defesa, elogiada acima individualmente, como um conjunto me pareceu bem desorganizada. O posicionamento se embolava e o resultado eram bolas espanadas para tudo quanto é lado. Felizmente, o meio deu jeito na coisa e, principalmente pela categoria do matador, abrimos e ampliamos o placar. O passe para o Ricardinho foi coisa de quem sabe mesmo do ofício. A conclusão do camisa 10 não fica pra trás. Se o primeiro chute parou na zaga, o segundo foi daquele sem afobação, em que a bola é conduzida ao único caminho possível para o gol. Ah, como o Muriqui tem que aprender! Quase 10 minutos depois, (mais)um chutão do Aranha, desvio do genrão, bola no pé do Tardelli. Aí, com sutileza tira do zagueiro e goleiro para que ela caminhe vagarosamente para o gol. Antes de cruzar a linha, encontra o pé do brutamontes para que pelo menos o seu nome aparecesse na súmula. Ainda houve outras investidas, espanadas, contra-ataques. Mas, depois dos 30, nada aconteceu.

O mesmo seria do segundo tempo, se não houvesse o gol adversário. Após vários escanteios, como na primeira etapa, o péssimo posicionamento da zaga foi enfim descoberto. Ninguém subiu, o Aranha mal posicionado não segurou, o rebote não encontrou nenhum atleticano e a bola vaixcaina foi pras redes. Após as partidas finais do Mineiro e os jogos contra o Santos, era de se esperar que o Galo reagisse e se mostrasse superior. Nada disto. Ficaram enrolando, correndo riscos, fazendo raiva... tudo, menos jogar futebol. Como o adversário não era lá essas coisas, também não conseguiram piorar nosso lado. Terminamos com 3 pontos no saldo e um monte de questões - as mesmas de sempre - na cabeça.

O Luxa, na entrevista, disse que os repórteres só viam o lado ruim, mas não reconheciam que o gol do Vaxco se deveu à competência deles e ao fato de terem atacantes muito mais altos do que nossa zaga. Se ele sabia disto e de que nossa zaga não daria conta do recado, por que não armou um time que evitasse os cruzamentos? Por que permitiu que o Coelho tomasse todas nas costas e deixasse o lado direito completamente vulnerável às alçadas de bola?
Ele até reconheceu que a maior falha foi não ter feito mais gols no primeiro tempo, quando houve oportunidade. Mas, o que ele fez quando o time se mostrou tão pequeno quanto o adversário recém promovido à primeirona?

Considero o desempenho ruim ou o resultado positivo? Ambos e nenhum. Fico com as dúvidas.