quarta-feira, 21 de julho de 2010

Galo no Divã: Atlético MG 1 x 2 Internacional

("Eu lhe dei vinte mil réis
Prá pagar três e trezentos
Você tem que me voltar
Dezesseis e setecentos!
Dezessete e setecentos!
Dezesseis e setecentos!..
." 'Gonzagão' )

Muito mais do que o freguês, os números estão com a razão. Provaram mais uma vez.
CAM: Engessado fora e dentro de campo.

Fábio Costa: Fez uma boa defesa e uma péssima saída do gol.
Diego Macedo: Aproveitável no ataque, desprezível na defesa.
Jairo Campos: Mal, como não é mas vem sendo.
Cáceres: Mal desde que voltou.
Fernandinho: Um dos que se salvou. No ataque, porque quando precisou dele na defesa...
Zé Luis: Parece realmente sentir o peso do piano.
(Ricardinho): Não entrou em campo. Na oportunidade que teve, 'fomeou'.
Fabiano: Fez mais número do que qualquer coisa.
(João Pedro): Além de disposição, não mostrou mais nada.
Serginho: Barata tonta.
Diego Souza: Qualidade nos pés e cansaço nas pernas com 10 minutos de jogo.
Neto Berola: Depois que parou com o cai-cai, foi o que mais criou. Mas morreu na etapa final.
(Ricardo Bueno): No primeiro lance, deu um chute pra lua. E foi o único.
Diego Tardelli: O de sempre quando o time vai mal. Segue o bonde.

Alexandre Kalil: Tem feito das tripas coração. E espero que este coração seja forte. Apesar de falar mais que a boca, tem cumprido com aquilo que promete e deseja. Mas há algo que não sabe e nem pode fazer: Entrar em campo e jogar bola. Aí não adianta se matar pra criar um time de primeira que continua entrando em campo como de segunda.

Luxemburgo: Doido pra receber os gritos que combinam com a parte final de seu nome. Já deve estar de "orelhas em pé".

No começo do primeiro tempo estava claro que a parada não seria fácil. Contra minhas expectativas, o Tinga chegou bem e a falta de entrosamento não foi problema. O toque de bola do Inter desnorteou nosso time. Mas o Galo parecia vivo em campo. E numa boa jogada, com participação fundamental do Fernandinho, Diego Souza deixou a marca. Mas o tormento que nos tem assombrado não tardou a aparecer. O Saci veio tocando de pé em pé desde o setor defensivo e não encontrou resistência de volante, zagueiro, lateral, goleiro. Resultado: Mais um pra conta do Alecssandro. A impressão de vivacidade alvinegra ficou só na suspeita. O primeiro tempo terminou sem maiores emoções.

A segunda etapa foi crítica. Ou abaixo dela. O Galo nada conseguiu apresentar de interessante em campo e sucumbiu ao jogo gaúcho. Estes aproveitaram e, da mesma forma, pelo toque de bola, deixaram o artilheiro mais uma vez de cara pro gol - agora vazio, após a 'soneca' da defesa e da saída estapafúrdia do goleiro. E não teve reação.

Aquela história de 'Time do futuro' não me sai da cabeça. Mas, tem algo que ainda pode piorar as coisas. Somos também um time nostálgico. Não é raro nos pegarmos dizendo coisas do tipo: "Ah, quando o Cáceres entrar em forma... quando o Serginho recuperar de lesão.... Mas na próxima partida teremos o Tardelli....". Isso tudo tivemos hoje. E aí? A coisa não continua acontecendo. Qual será a próxima? "Ah, mas quando o Obina voltar....". Aí, da nostalgia de hoje caímos na nostalgia do passado. Que muitos de vocês vivem contando e que eu sequer pude ver.

Falei do Luxa ali acima menos do que deveria. Não por acaso. Vejamos os nomes que temos na zaga. Cáceres, Lima, Jairo Campos e Werley. Os dois primeiros, consagrados pela massa alvinegra. O terceiro, grata surpresa que fechou o setor logo que veio. O último, suspeito e questionado, acabou despertando interesse e aplausos em grandes partidas, no fim do ano passado e também neste ano. Tardelli, acima de qualquer suspeita. Ricardinho não foi brilhante mas se mostrou importante em vários momentos. Dos 5 goleiros que temos, um não sabemos nada - porque como profissional não jogou. Dos demais, pelo menos Aranha, Carini e Fábio Costa, apesar das limitações, não são frangueiros e 'falhadores' natos. Mas, porque todos estes estão no rumo que estão? Jogador não joga apenas com nome e, além do que vemos em nosso time, a recente copa foi uma perfeita amostra disto. Treinador também não. Há muito que o Luxa não faz nada. E parece que bom trabalho definitivamente não é o que está fazendo por aqui. O time está mal treinado.
Acreditamos nisto, seremos nostálgicos ou apostaremos no futuro?
("Eu vi o futuro, baby, ele é passado" Marceleza)

9 comentários:

Borusso disse...

* Análise do Gus impecável.
* Tá mui complicado sermos fregueses do Inter...o Galo não os vence há 8 anos.
* «A impressão de vivacidade alvinegra ficou só na suspeita. O primeiro tempo terminou sem maiores emoções.»
Exato! O Galo, como mostrou esta noite, toca até bem de lado; só que (entre otras diversas carências)como não tem um matador, não verticaliza.

p.s.- Lembro de cantarem a música-tema da Intro nas manhãs do Sílvio Santos no Domingo, hahaha...

Daniel Martins disse...

Análise impecável [2] gus
Não podemos dizer que nao temos jogadores. Se olharmos os nomes no elenco, veremos que estamos quase bem servidos.
Temos o que foi um dos melhores técnicos do país, e ao mesmo tempo um time mal treinado, difícil de entender.

Tom disse...

Primeira falha: a embolada 17 & 700 não é do Gonzagão, mas, se não me engano, do Manezinho Araújo, o Rei das Emboladas.
Segunda Falha: a saída do Fabio Costa de novo e novamente.
Terceira falha : todas as apontadas pelo Gus.
Único acerto: O Gus é craque.

Jason Urias disse...

Não vi e nem ouvi.

Mas, mesmo assim, parece que vi esse filme, ainda que alguns personagens tenham mudado.

O time está mal treinado, como disse o Gus, e isso é vesível há tempos.

É bom lembrar que, em 2005, tínhamos "o melhor elenco do Brasil, no papel"...

É gente, 'regalemo os zôio até no branco'!

elianA disse...

Na página oficial do Gonzagão consta: "irritado com a interpretação dada por Manezinho Araújo para a sua "Dezessete e Setecentos", parceria com Miguel Lima, o sanfoneiro passa a cantá-la. Chovem cartas pedindo que ele continue cantando e a RCA acaba se convencendo a deixá-lo gravar com sua voz."
Ainda que não fosse, o Gus usou de um expediente que todos usam: dar a autoria a quem torna popular; daí que alguns ignorantes, que não é o caso do Gus, atribuem músicas consagradas a alguns cantores medíocres, porque eles as colocaram de novo na mídia, principalmente, se tocou em novela.

Quanto ao time, continua sem dar liga. Também, não há um time titular definido, o Luxa parece estar tentando montar um quebra cabeça. Meu receio é que seja tarde demais quando isso aconter. O que vai ser feito durante o correr do campeonato, deveria ter sido feito na parada da Copa. E tem mais, se esse elenco caro ficar de fora do G4, há o risco de ser desmontado no final do ano, por ser inviável financeiramente, aí começa tudo de novo.
Eu, que torci pro Luxa vir, tô quase torcendo pra CBF convocar ele. Pra ver meu nível de desespero... Não vislumbro nenhuma saída no curto prazo.

Daniel Martins disse...

Gostei da sua análise eliana, mas acho que montar o quebra-cabeça não é o principal.
Se repararmos, todos os times contra quem jogamos ano passado que nos venceram, e quase todos desse ano, não entraram jogando exatamente da forma que pensávamos.
Eles sempre tinham uma tática levemente diferenciada que prendia nosso jogo. Isso é bom, pq mostra que os adversários nos respeitam. Fica ruim quando um técnico do calibre do luxemburgo não conseuge se livrar disso.
Acho que ele tem que definir um time titular, e não vários. E dentro desse time, ter jogadores que possam fazer funções um tanto quanto diferentes, confundindo o outro time...

Gus Martins disse...

Bom demais ter por perto Tom e Eliana também para assuntos musicais. A minha pesquisa para certificar a autoria foi muito breve e limitada. Antes que meu meio campo ficasse 'embolado', com a correção do Tom, Eliana contribuiu ainda mais com o oficial. Então é isso aí!

Ontem o ainda lanterna xará Goianiense deu um coro no Curíntia. Coisa que parece não ter passado nem perto das nossas pretensões. E mais: O juizão tentou operar em favor dos paulistas (novidade!!!). Mesmo assim, um time que tem Welton Felipe e Pedro Paulo (que marcou um golaço) no elenco mostrou muito mais que o melhor plantel do Brasil.
Há algo além de nome e treino que deve operar dentro de campo...

Breno Souza disse...

Pois bem,

Textos e comentários de alto gabarito chego até criar certo receio em postar algo devido a grande coerência e conhecimentos agregados (Liana, Tom, Daniel, Avenida, Borusso...) mas dados algumas eventualidades aparecem uns e outros que me faz sentir "menas" pior. rs

Vendo Linha de passe essa semana surgiu dois comentários que me fizeram estremecer.

1º- Ano passado na altura do campeonato, estávamos brigando pela liderança com um elenco inferior (diga-se de renomes). Lembram porque não conseguimos sustentar a liderança? Pois é 12pnts perdidos CLARAMENTE por falta de goleiro. Estou = H. Potter, não ouso falar o nome do goleiro. DETALHE Celso Dentadura era o técnico.

Hoje temos um elenco (ré)nomeado, que por UM é o melhor do Brasil, que só vejo andar prá trás. Goleiro? Se ano passado perdemos 12 pnts estando na liderança - o que nos ocorrerá esse ano?

2º - Pra ser breve. SeleGalo!
O que aconteceu nesse ano? Estreamos diante de melhor time de Minas (Valério Doce) e ganhamos com um gol de falta do Neto. E na final? Perdemos para o cruzeiro de 3x1 sendo Hat-trick Fenômeno que ainda driblou o HORROROSO do Canápis que veio ao chão, ainda tendo tempo de levantar e tomar outro corte do Fofucho etiopês (na época) e ver a pepita emaranhar-se no barbante.

Para mais recordações leiam a explicação do Neto em seu Blog. Vale a pena! http://esporteorley.blogspot.com/2009/10/neto-explica-selegalo-de-1994.html

Pois é isso me dá um calafrio porque como bem lembrando pelo Gus em um dos papos não registrados - Galo em 2005 foi tido como um dos melhores times no PAPEL. Sem mais...

Só resta o medo.

E num lembrava que A. Batista estava na SeleGalo não... Alguém posta aí no VPVN essa final do mineiro de 94, porque aqui a net na casa da irmã de Gus é pior do que HyperTerminal. rs...

Amplexos e desculpem o testamento.

Tom disse...

Eu nunca imaginei q a música seria do Lua Gonzaga, mas de toda forma o Mané-zinho é quem arrebentou na interpretação, puro rock.
De toda forma foram dois Reis, cada um no seu quadrado.