terça-feira, 26 de julho de 2011

Presidente-torcedor: o desprezo da objetividade e da razão.

Belo Horizonte (Equilíbrio) - Desde o anúncio de sua vitória na disputa presidencial, aqui no FEF a gente sempre viu com bons olhos o nome do Alexandre Kalil ao posto máximo do Galo. Um cara que, sem a menor sombra de dúvidas, quer o melhor para o clube.

De fato, em sua gestão, aquela imagem de clube bagunçado, desorganizado, endividado (apesar de continuar a dever "deus e o mundo") foi bastante reduzida. Com sua política de "futebol como o carro chefe do clube",
o presidente Kalil conseguiu fazer com que o clube subisse no conceito geral do futebol nacional, por exemplo, no que diz respeito a bom lugar para se jogar. Os jogadores, que antes olhavam torto pra cá, passaram a se interessar em estar aqui na CG. 

Nessa linha, transformou o centro de treinamento no melhor do Brasil, para a surpresa de todos, e foi exemplo de boa gestão financeira quando o Galo foi citado como um dos clubes mais saudáveis do país.

Lendo isso até aqui fica parecendo que ele é realmente "O" cara.

Não.

O FEF nunca deixou de questionar alguns comportamentos do presidente e, a despeito do relativo sucesso administrativo, dos acessórios de grife adquiridos para 'tunar' o "carro chefe", ele continua a mesma lata-velha que tem sido desde muito tempo.

A gente criticou a incapacidade do Alexandre de medir sua palavras em muitos momentos. Criticamos sua postura magalomaníaca de achar que entende suficientemente de futebol para contratar jogadores. Criticamos, principalmente, seu descontrole emocional à frente de uma das maiores instituições esportivas do país. O desbalanço entre os papéis de administrador versus torcedor, pendendo, infelizmente, para o último, tem sido seu maior (e, por que não, pior) defeito.

Foi também por seu lado torcedor na presidência que pensei em escrever este post.

Baseado no que disse o manda-chuva mor da "rádia de minas", fiquei pensando nesta situação. (Antes que vocês me desçam o bambu, já vou logo avisando que foi só a ideia de escrever que partiu do que ouvi na rádia. Quem acompanha o blog sabe que tenho meus "pés atrás" com relação a imprensa mineira, principalmente ao jornalismo praticado na tal rádia.)

Ele, o Carneiro, disse o seguinte: "Após o jogo - que não me lembro qual - o Alexandre Kalil ligou para o Maluf e ordenou que o DJ fosse demitido. Foi o Maluf quem desfez esta ideia da cabeça do presidente".

A primeira coisa que me veio a mente foi, exatamente, a tal postura de torcedor. Intempestiva, impulsiva, precipitada, irracional, emocional. Foi assim com o Luxa - e aqui não julgo a necessidade ou não - e com o Roth.


Mesmo que a informação não proceda, o histórico comportamental do AK não pode ser alterado. Pelo contrário, ganha força justamente por seu passado. E mesmo que a declaração do pato rouco - condenando o troca-troca de treinadores e defendendo a manutenção do DJ - tenha sido uma espécie de desmentido ao que foi dito na rádia, nada disso justifica a falta de racionalidade do presidente atleticano.

Nada mais natural que o presidente de um clube de futebol seja tão torcedor quanto aquele que "vai de arquibancada". Mas, diferentemente daquele que paga ingresso, o presidente não tem o direito de dizer tudo o que pensa - sob o risco de prejudicar o clube que representa. Não tem o direito de exercer seu lado torcedor num cargo que demanda coerência, tranquilidade, objetividade, racionalidade (o contrário exato de tudo que o torcedor pratica na arquibancada), sob o risco de enfiar os pés pelas mãos.

O Kalil precisa entender, urgentemente, que a cadeira da presidência  não é arquibancada VIP. O Clube Atlético Mineiro não precisa de mais um torcedor ilustre. Precisa de alguém que faça do Clube Atlético Mineiro um Clube verdadeiramente ilustre.

13 comentários:

Rodrigo disse...

Falando em cartola corrupto (desculpe o pleonasmo), veja o que diz o maior deles, Ricardo Teixeira: "Eu não sou dirigente torcedor, eu sou administrador. Não quero saber quem o técnico vai escalar, não fico de ti-ti-ti com jogador, não chamo jogador para a minha casa"

Gus Martins disse...

"Os jogadores, que antes olhavam torto pra cá, passaram a se interessar em estar aqui na CG." O problema é que estamos vendo repetidamente que aqui é interessante pros jogadores virarem sanguessugas. O clube é atraente por ter estrutura, pagar e não cobrar retorno. Os caras vem e não jogam. Culpa de quem contrata e faz o contrato.

Como disse no outro post, o Kalil achou que o recurso material resolveria tudo. Deixou o humano (demasiado humano) de lado, sendo que este é sempre o mais difícil de gerir. Confia em qualquer um, cede o controle a qualquer um, contrata qualquer um. Daí, somos um time de vários qualqueres, que entram e saem, jogadores e treinadores.
Este presidente em que tando apostamos está caminhando a passos largos para se tornar em breve mais um presidente qualquer.

Jason Urias disse...

O Kalil tem sido o verdadeiro 'meia-boca'. Antes, ninguém queria saber daqui. Qdo. consegue criar algum atrativo, acha que é o bastante e aío resultado é esse que oc falou. Sanguessugas.

De um time enrolado financeiramente a um time mais bem organizado. Achou que era o bastante e não está sabendo aplicar de forma mais efetiva os recursos que não tínhamos.

Conseguiu fazer uma grande reestruturação administrativa, mas não conseguiu interromper o ciclo vicioso do carro-chefe do clube.

Tudo pela metade.

Tom disse...

Assino em baixo no que tange ao Kalil que junto com Lula foram as minhas grandes decepções do novo século;
Qto ao Dorival eu gosto dele como treinador, entretanto creio q ele perdeu a mão com este grupo, é perceptível o estado de alma dele , mesmo que costumeiramente sorumbático.

Alguém comentou hoje num programa de tv que se passr as últimas cinco coletivas pós jogo dele da o mesmo discurso.
Foi esclarecedor saber q houve treino tático, por outro lado na atual situação do time sempre me incomodou as cargas de treinamento frouxas do Galo, apenas um período.
Eu não vejo saída para esta crise com ele no comando . Gostaria de ver , mas escapole à minha percepção.

Tom disse...

Como já disse num coment anterior por ai ou ele de fato avalizou as contratações do AK ou foi conivente com elas.

elianA disse...

O AK não tem nenhuma diplomacia, não sabe morder a língua, o que pra mim é sinal de prepotência e burrice. O pior é que esse gênio ruim não serve pra intimidar os jogadores. E que diabo de diretoria é essa em que o presidente pode tudo, inclusive fazer o que não sabe? O Maluf tá lá pra quê? O AK tá botando o Hugo Chaves no chinelo. Falta é um Juan Carlos pra dizer pra ele "Por que não te calas?", em mais de um sentido.

Jason Urias disse...

Huahuahua!!! Boa Eliana!!!

Tom disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tom disse...

Próstata à vista, se cuida AK, pergunte ao zezé como é o exame....rs

Borusso disse...

[:D][8)]Um dos aspectos d q mais gosto no Alexandre Kalil é qdo ele solta as frases politicamente incorretas dele.

Hum... já cri mto no q o moço da rádia dizia, há meses q nem ouço. Prefiro colocar no Gigante do Ar, promovido em simpático jingle pelo Canal 20 esses dias.

Pode até ter tido, ante uma derrota, vontade de demitir o Bob. Só q ñ é do feitio dele... o Alexandre gosta d manter os trenadores até o fim do contrato. Se c/ o Roth, q é mto menos vencedor, ele foi até o fim; xq ñ esperaria alguns meses até 'cabar o do Silvestre?

Borusso disse...

Gus matou a charada! "Kalil achou que o recurso material resolveria tudo. Deixou o humano (demasiado humano) de lado, sendo que este é sempre o mais difícil de gerir."
Urge q ele descentralize. As torcidas do Fla e do Flu são as últ. campeãs da Série A xq cobram. Nossa arrancada pro título brasileiro de 06 rcbeu boa ajuda da visita da TOG a Vespa. Dali em diante o Marcinho disparou a jgar, comeu a bola.

Com a agitação ocorrida no Ano do Centenário esboçávamos voltar a ter uma Cultura Vencedora, coisa q dinhero nenhum compra. Só q o candidato Kalil anunciou a tal proibição de ir a Vespa em dia de treno... aí já viu, né?

Gus Martins disse...

Borusso, é como proibir o cidadão de entrar em alguma repartição pública. Sabe como é né... funcionário público, longe do público, não trabalha. Haha
(E olha eu falando mal de mim mesmo! Aff)

Borusso disse...

Hahaha Gus, mas acho q varia mto do setor, se for um funcionário público ocupado c/ informática, ele tende a se retrair se o lugar estiver cheio... [:D]Às vzes tem nem como concentrar.