sexta-feira, 8 de julho de 2011

Vitória do princípio x derrota da moral


("But now I'm the snake in the grass, the ghost of film reelspast
I'm the producer of your nightmare and the performance has justbegun" Incubus - Marillion)
Ao meu ver, este tema mereceria uma postagem mais bem elaborada, mas dada a insônia que me faz redigir isto as 7h da madrugada no meu dia de folga, somada à preguiça e falta de paciência com tudo que se refere ao clube que ainda torço, lanço apenas a ideia.
Desde que criamos o blog, Jason e eu, vimos batendo muito nas diretorias. Falamos um pouco do passado sim e sobrou alguma coisa pro banqueiro mercenário. Mas nosso período de vida coincidiu mesmo com a gestão do leôncio e do turco, os falastrões. A falta de competência notória vem sendo arrastada pelo antiprofissionalismo.

Dois erros são repetidos com insistência tal que, ingenuamente até podemos questionar a inteligência dos envolvidos. O excesso de contratações de jogadores e a rotatividade de treinadores. Não é puro déficit cognitivo não, claro. Alguma coi$a eles ganham com isto, e não tenho dúvidas. Mas, vou fechar os olhos pra isto e pensar apenas no que não está escondido por debaixo dos panos.

A atual presidência tem dito várias vezes que não vai meter os pés pelas mãos, que o Galo não será chacota, que isso, que aquilo outro de diferente acontecerá. O mandato está acabando e talvez esta seja a última oportunidade para um ato coerente com o discurso. O excesso de jogadores (mal) contratados já aconteceu. A bola da vez é o pescoço do treinador.

Assim como batemos nos dirigentes, os comandantes do elenco não passaram incólumes. Alguns já chegaram aqui mal vistos, enquanto outros com status de salvadores, acabaram confessando outra coisa. Então, mais uma vez não passamos a mão na cabeça de ninguém. O Dorival tem errado muito, na montagem, escalação e organização do time. O resultado em campo (e não apenas no placar) me diz que não precisamos argumentar muito sobre isto.

O problema é que este momento é um prato cheio para os experts de plantão que vêm esbravejantes nos meios mais fortes de comunicação exigir uma certa mudança que não muda nada. Já estão pedindo a cabeça do DJ, como se ele fosse o pior do mundo. Talvez seja mesmo. E se for, só confirma que pior que ele são todos esses experts que meses atrás o consideravam como melhor. 
Cá pra nós, não há maior babaquice do que questionar neste momento a capacidade que nosso comandante tem para organizar um time logo após exaltar seus trabalhos anteriores. 

Mas, voltando ao que chamei de última oportunidade do Kalil em ser fiel ao discurso, ao princípio de moralização que desejamos no futebol. Insistir com o treinador ou demití-lo agora?
Já disse desde o término do Mineiro. Não seríamos campeões brasileiros e nem mesmo conseguiríamos a vaga na libertadores. Tá claro isto agora? Digo também que não cairemos, apesar dos esforços. Há times piores que o nosso e quando a coisa aperta, aguentam menos o tranco do que podemos aguentar por aqui. Mas duvido que façamos algo de mais digno do que simplesmente ficar na série A. Sulamericana eu não conto. Porque o clube também nunca contou e parece que não será esse ano.

Como o rebaixamento não é minha preocupação, interessa-me o princípio de organização e profissionalismo. Quem está no comando é o Presidente, dirigente, treinador. Não os jogadores. Se estes não produzem, são eles é quem tem que ser penalizados. Será que onde você trabalha, a cada nó cego seu, será contratado um novo chefe? Uma vez que tudo (não enchem a boca pra falar do CT, salários, estrutura X e Y?) é oferecido para os jogadores, o trabalho é com eles. Há outros fatores que desconheço e que muitos de nós supomos acontecer por trás das cortinas (será que são palcos azuis?).

Muito diferente da época em que outro presidente, de forma patética, disse que morreria abraçado com o Tite, o que desejo é apenas coerência. Pague apenas quem deve. E quem deve mais, primeiro.

Se continuarmos com o Dorival, não cairemos e nem seremos campeões. Se trocarmos de treinador, podemos reagir até mais rápido. E não cairemos, mas também não seremos campeões.

A diferença? A coerência representará a vitória do princípio.
A repetição atestará a derrota da já tão fragilizada moral.

14 comentários:

Gus Martins disse...

HUm... relendo aqui, eu deveria ter colocado isto com Associação Livre.
Preciso voltar pra análise...

Fredy7L disse...

O Levir não enjoou do suchi???

Jason Urias disse...

A questão é que os princípios é que estão distorcidos. Talvez porque a incorência seja menos exigente.

Manter o ciclo vicioso da responsabilização do outro exime a si próprio da auto-avaliação, do reconhecimento de seus próprios erros e da trabalhosa ação de corrigi-los.

Assim, transferir toda a responsabilidade para o técnico, demitindo-o, significa encobrir os erros das más contratações, da má gestão de recursos, do delírio megalômano...

Eu acredito que as relações são totalmente interligadas e que, por isso, não dá pra apontar o dedo pra um 'cristo', simplesmente porque, como parte de um sistema, seu 'modus operandi' é reflexo daquele que rege o sistema todo.

Por isso eu sempre fui contra a troca desenfreada e indiscrimidada de treinadores. Ele é mais uma engrenagem dentro do tal sistema, uma peça que tem grande relevância no conjunto mas que não é sua essência.

Não consigo achar correto esperar resultados 'classe A' de um cara que muitas vezes não tem tempo nem recursos adequados para realizar trabalho sólido.

E, pra quem acha que a troca de treinador sempre causa uma 'balançada' no grupo, uma "reação mais rápida", como disse o Gus, digo que isso não é mais do que o amadorismo do desejo, a miopia típica do imediatismo.

Ok. Haverá quem diga que não se pode falar em imediatismo quando se está há 40 anos sem nenhuma conquista relevante. Mas é exatemente por causa desse tempo que a realidade agora exige mudança de postura de todas as peças da engrenagem. Afinal, se nesse tempo todo tudo que foi feito não deu resultado, repetir os mesmos padrões significará "atestar a derrota da moral".

Entretanto, pelo visto, apesar do discurso e de algumas atitudes, o imediatismo parece ser o mal que acomete nosso presidente e a maior parte de seus seguidores. Aquele, obcecado por colocar seu nome na história do clube acima do de seu pai, busca, a qualquer custo, um título que o classifique como o responsábel pelo desjejum.

A massa, ainda que carente e impaciente, não consegue perceber seu papel no sistema. Não entende que a tal paixão cantada com orgulho tem, frequentemente, se transformado em ódio e estupidez. Pior, cega, aliena, joga contra.

Em 1981 os adversários já percebiam isso. A massa, até hoje, não percebeu.

Gus Martins disse...

Desta vez nem quis mencionar a massa. Esta que se comporta por sugestão, hipnótica, diria Freud. Não espero que daí se produza algo.

Mas o imediatismo está aí em toda nossa sociedade de consumo. O inacreditável é que, não apenas o consumidor, mas o gestor também caia nessa. Daí, agindo como torcedor, como sempre foi, o Kalil acaba sendo mais um no rebanho.
Mesmo gritando pros quatro cantos que pensa uma coisa, faz (e temo que fará) outra...

Tom disse...

Galo é caso de Análise Institucional.
Como sou torcedor não possuo o distanciamento necessário para faze-la.

elianA disse...

Luz, quero Luz!
Andei sumida porque, sinceramente, faltam-me argumentos pra tentar entender tanto vexame. Parece coisa de DNA, complexo de inferioridade, baixa auto estima, sei lá, pois o time toma um gol e já se borra todo, não consegue se recuperar. No ranking dos times brasileiros que estão há mais tempo sem ganhar um título de expressão, estamos atrás de todos os chamados grandes e ganhamos apenas de uns poucos "pequenos". Quanto a uma possível troca de técnico, já que o Kalil gosta tanto de ex-marias, estão aí dois que já atuaram no lado fresco da lagoa, corre-se o risco de de serem contratados.

Borusso disse...

Jason destruiu[8)]! No lance do nosso afobamento(exemplificado no 1981) e na dfesa do princípio. Se não ao som de Camila ♫ ao menos como msg subliminar.

Hahaha... Fredy, prefiro ir até o fim do contrato do Bob De Niro. Se ele ñ erguer taças, aí sim, talvez traga o Culpi.

Penso = o Gus nessa tb. É improvável que caiamos. A chance de sermos rebaixados é a mesma de faturarmos o Brasileirão.
+ 1 motivo p/ ir c/ tudo na Copa Sula. Rumo ao Tri.

Borusso disse...

Sobre a massa, acho uma reivindicação justa dela. Fomos roubados em 1980 e 1981. Tais roubos são um dos motivos pelos quais tenho o Fla como maior rival do Galo. Pra 81 nem ligo tanto. Inconformado sou c/ 80, ñ havia motivo p/ xpulsar o Reinaldo na tabela c/ o Palhinha.

O que não justifica termos morrido na praia nos 80's na Liga Nacional aqele monte de vzes.

A fila, pelo menos essa q se tem usado p/ vender jornal, é coisa fabricada. Sempre dfendi q ela é bem menor do q se alardeia. É um perigo corintianizar o CAM. Bem... o Perrella e otros adversários ñ reclamam.

Tom disse...

É , tá certo,pensei, repensei, moí, remoí, concordo, que fique o Dorival e seja o que Deus quiser.

Zé Carlos disse...

Quando Levir brigou com Ramon(last camisa 10 de nossa história) quem abonou a briga foi o Kalil(diretor de futebol à época). Num passado recente Dorival brigou com Neimar, Ganso, lá, e cá com Diego Souza, Jobson, Daniel Carvalho, Ricardinho, Zé Luis... Será não existe um treinador que possa conviver com bons jogadores? Pra mim o maior problema do Galo é o presidente. Não estamos disputando campeonatos de melhor CT, quem paga mais em dia, quem contrata mais perebas lesionados. Eu quero ser campeão do Brasil, porra!

Tom disse...

Agora, tem um trem. Verdade seja fita, indesde que o Galo abandonô as Tia a situação só descambô.

elianA disse...

Talvez não haja risco de rebaixamento, mas de cair... a cada dia um pouco mais.

Tom disse...

Dorival tergiversou na pauta ao dizer que tinha meia dúzia de gatos pingados no aeroporto.
Moçada ficou irada e promete uma alcatéia para recepciona-lo no domingo, lá na Arena do Sacrifício.

Borusso disse...

* Lol[:D] o Galo era assíduo nas Tias, né?

* Zé Carlos, acho q Ricardinho e Zé Luís tinham razão, nesta especificidade. Acho q eles cobraram do tech q reforçasse o elenco, e lhe disseram q s/ isso ñ haveria sqma tát. q desse jeito no CAM.
Como a reivindicação dos futbolistas podia interferir n1 hipotético plano do banqueiro, Dorival e Alexandre ficaram acuados.
Esta foi minha única decepção maior c/ nosso atual coach.
Defendo a vinda do Dorival Jr. desde o fim do Ano I, qdo contrataram o Bestial Luxa.

* Tbem penso assim no q tange às abobrinhas q o presidente solta... O negócio é levantar troféus, ele ir p/ frente da câmera p/ exaltar CT e pgt° em dia beira à imitação ziziana.