Belo Horizonte (Não é costume...) - Abaixo está a transcrição da carta* que o Ziza Valadares enviou aos conselheiros do Galo. É grande, mas resolvi postar todo o conteúdo aqui no ECE devido a sua importância. E pra facilitar a discussão, também. Taí:
Esclarecimentos importantes aos Conselheiros do Clube Atlético Mineiro
Um clube de futebol, assim como em outros esportes, conquista torcedores através de uma trajetória de vitórias. Tem sido assim com o Atlético ao longo de seus 100 anos de existência, um Clube dono de uma torcida que se destaca entre todas as outras pela sua paixão, por glórias imortalizadas ao longo de décadas. Mesmo em momentos difíceis esta torcida nunca abandonou o Galo. Ao contrário, nas adversidades ela tem se mostrado mais fiel e dedicada ao Clube. Por isso, os esclarecimentos que aqui são dados destinam-se aos conselheiros, dentro do nosso compromisso de reger nossos atos dentro de um princípio de TRANSPARÊNCIA sobre o andamento da nossa administração.
As dificuldades financeiras que o Atlético vem enfrentando ao longo de alguns anos são de conhecimento público. São problemas que não se resolvem num curto prazo: exigem determinação para serem enfrentados e uma visão avançada de administração, dentro dos conceitos modernos que vigoram no esporte em todo o mundo.
Volta e meia somos acusados de não montar uma equipe competitiva ou de não equacionar a dívida do Atlético. O torcedor, com razão, reclama vitórias, títulos e paz no Clube. Voltamos para a Série A como campeões e conquistamos o título Mineiro de 2007, o que não acontecia havia sete anos. Este ano ainda disputaremos uma competição internacional, o que não acontece há tempos, a Copa Sul Americana. Vitórias também têm sido alcançadas fora de campo e talvez não sejam conhecidas por todos. Algumas delas:
• o Atlético hoje consegue certidões negativas de débitos por cumprir seus compromissos financeiros, fato que antes era impossível; essas certidões têm possibilitado o desenvolvimento de novos projetos, como os que foram aprovados pela Lei de Incentivo ao Esporte, para os quais foram destinados R$ 5.067.936,72 no final de 2007;
• o Departamento Internacional, reestruturado pela atual administração, tem gerado recursos através de eventos na Cidade do Galo, como o Galo Coaching e os intercâmbios internacionais. Neste momento, temos atletas da Austrália pagando até US$ 100,00 por dia para treinarem com nossa equipe técnica de profissionais da base;
• a Cidade do Galo, com as melhorias realizadas por esta administração, tornou-se um dos mais completos centros de treinamento das Américas, assim reconhecido pela CBF que a aprovou para hospedar a Seleção Brasileira na preparação para o jogo contra a Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, motivo de grande orgulho para nós. A vinda da seleção gerou cobertura da mídia mundial na Cidade do Galo, com o credenciamento de mais de 1.100 jornalistas, de países como México, Costa Rica, Paraguai, Uruguai, Japão, dentre outros. Todos ficaram muito bem impressionados e aproveitaram toda a estrutura do nosso CT para fazer inclusive transmissões ao vivo, com mais de 200 horas de cobertura divulgando a nossa marca de forma indireta e gratuita. Isto sem falar da cobertura jornalística dada em todo o mundo, através de rádio, sites e jornais; (leia declarações em anexo).
• a negociação feita com o Estado eliminou antigas e altas taxas do Mineirão (como a de policiamento), proporcionando uma economia de cerca de R$ 1.800.000,00 por ano;
• a conclusão dos maiores contratos de patrocínio esportivo da história do Atlético, com a FIAT, FPT e Lotto, resultado da valorização da marca através de uma gestão TRANSPARENTE.
Portanto, nossa prioridade tem sido arrumar a casa, o que estamos conseguindo, apesar de todas as dificuldades. O investimento na base vem em primeiro lugar, pois acreditamos ser o futuro do Galo. Em contrapartida, a situação financeira tem nos impedido de montar um time como o que todos nós almejamos.
Entendemos que o caminho a seguir é o de sustentar as próximas etapas com uma reestruturação administrativa, sem aumentar a dívida do Clube. Toda crítica é válida e estamos abertos a recebê-las. Entretanto, está na hora de os atleticanos se unirem para a solução definitiva dos problemas do Galo e repensarem sobre a forma como essas críticas são formuladas.
Talvez, algumas críticas infundadas, expliquem reações absurdas como as recentemente ocorridas, como a violência praticada por elementos presos pela polícia ao jogarem pedras contra o ônibus do Atlético, uma atingindo o atleta Petkovic, e agressões a um funcionário do Clube, após o jogo contra o Ipatinga, atos irresponsáveis e, sob todos os aspectos, condenáveis. Têm havido ainda ameaças à diretoria, aos jogadores e seus familiares. Não será assim que o Atlético resolverá seus problemas.
Os esclarecimentos visam a compreensão da situação vivida pelo Clube e a busca de um entendimento entre quem dirige o Atlético, o Conselho e a torcida. O trabalho tem sido feito. Entre outros exemplos, podemos citar a contratação do INDG, empresa que implantou o Choque de Gestão no Governo de Minas, e que executa no Atlético importante trabalho de modernização administrativa. Modernizando e estruturando o Galo, resolvendo questões que foram se avolumando ao longo do tempo será possível reconduzir o Clube para um futuro de mais conquistas. Estamos alicerçando nosso trabalho na busca por vitórias.
OS PROBLEMAS FINANCEIROS
Os problemas financeiros do Atlético começam pelo valor de seu déficit orçamentário. Todos os meses o Galo tem um gasto de R$ 5.297.500,00 e uma arrecadação de R$ 3.030.000,00, o que gera um déficit mensal de R$ 2.267.500,00 e um déficit acumulado de R$ 27.210.000,00 ao ano, valor demonstrado na “Previsão Orçamentária” apresentada ao Conselho Deliberativo em novembro de 2007.
Gasto mensal de R$ 5.297.500,00:
1)TIMEMANIA: R$ 890.000,00. Em razão da nossa adesão ao TIMEMANIA, concomitantemente à obrigação nela inserida de pagar todos os encargos sociais e impostos mensais (o que não era feito anteriormente), estamos desembolsando mensalmente R$ 560.000,00 de encargos sociais (FGTS, INSS e Imposto de Renda), R$ 280.000,00 de IR/PIS/COFINS sobre notas fiscais e R$ 50.000,00 de parcela mínima para pagamento do TIMEMANIA de modo a abater a dívida em torno de 110 milhões (entre impostos e tributos federais). O pagamento de R$ 890.000,00 é um compromisso mensal recente, que não existia até então e refere-se a custos/despesas que não vinham sendo pagas. O Clube só pagava INSS e FGTS de atletas a fim de não ter seus contratos – vínculos federativos - rescindidos pela justiça do trabalho.
2) TRT – TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO: R$ 460.000,00. Fizemos um acordo com o TRT pelo qual somos obrigados a pagar mensalmente 15% de toda receita operacional do Clube. Esse valor citado a cima ainda é acrescido de 15% sobre todas as receitas extraordinárias obtidas, como é o caso da venda de atletas. Esta foi a única solução encontrada para que fosse possível liquidar dividas trabalhistas passadas.
Graças a este acordo, na Justiça do Trabalho, conseguimos barrar a possibilidade de novas ações judiciais antes tão comuns contra o Atlético como processos de penhora e bloqueio de receitas, de bens e até leilão de propriedades do Clube e taças de importantes conquistas, que resultavam em manchetes escandalosas nas páginas policiais, causando apreensão em toda a torcida sobre os destinos do Galo.
É importante ressaltar que desde março de 2007 – data da assinatura do acordo com o TRT, o clube já desembolsou R$9.214.810,78, transferindo tal recurso para acordos diversos. É sabido que o clube tinha um passivo trabalhista atualizado de R$24.613.574,45 nesta época, assim, no nosso entendimento e em função das negociações com os reclamantes, temos expectativa de zerar este saldo em apenas 24 meses.
Dentro do princípio de transparência, é bom alertar que outras decisões judiciais, de processos de anos anteriores, poderão acarretar novas despesas trabalhistas, trazendo maiores dificuldades econômicas para o Clube. Cabe salientar que nos últimos dois anos não geramos nenhum novo processo de vulto.
3) FOLHA DE PESSOAL - R$ 2.000.000,00. Gira em torno deste valor a folha de pagamento de pessoal do Atlético, incluindo todos os funcionários (Sede, Cidade do Galo, Labareda e Vila), comissão técnica e jogadores. Apesar de todas as dificuldades esta folha se encontra em dia, fato raro entre os clubes brasileiros.
4) EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS - R$ 1.300.000,00 – principal + juros. Este valor é pago pelo Atlético todo mês para quitar empréstimos bancários feitos para colocar as contas em dia.
5) CUSTOS/DESPESAS GERAIS - R$ 520.000,00. Referem-se a custos diretos da atividade do Clube e a despesas administrativas como manutenção, água, luz, telefone, alimentação, viagens da delegação do time profissional, materiais diversos, aluguéis, combustíveis, etc.
6) DIAMOND MALL – R$ 127.500,00. Referente ao bloqueio de 50% do saldo líquido do Shopping, receita bruta menos 15% do TRT.
Esses dados foram apresentados no orçamento para 2008 e aprovados pelo Conselho Deliberativo em novembro de 2007, estando à disposição no departamento financeiro. Gerir qualquer empresa, organização e/ou instituição com um déficit mensal de R$2.280.000,00 É MISSÃO DOLOROSA, PENOSA E REQUER MUITO ESFORÇO POR PARTE DE SEUS ADMINISTRADORES. Mas para minimizar este déficit, algumas ações corretivas já foram tomadas, entre elas podemos citar: captação de R$ 5.067.936,72 em projetos do Ministério do Esporte, redução das taxas operacionais do Mineirão em torno de R$1.800.000,00, aumento considerável das cotas negociadas de patrocínio, ausência de novos passivos trabalhistas, dentre outras.
Certamente estas ações vão impactar positivamente no resultado final do ano de 2008.
QUADRO ILUSTRATIVO DE RECEITAS E DESPESAS MENSAIS – Valores macrosRECEITAS: VALOR – em reais:
TOTAIS: COTA TV, DIAMOND, BILHETERIA, CLUBES, PATROCINADOR, LOTERIA, LOJA, R$3.030.000,00
DESPESAS: TIMEMANIA (ENCARGOS SOCIAIS, PIS/COFINS, PARCELAMENTO TIMEMANIA) (R$890.000,00)TRT – RETENÇÃO DE 15% DAS RECEITAS (R$460.000,00)FOLHA DE PAGAMENTO (R$2.000.000,00)EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS – PRINCIPAL + JUROS (R$1.300.000,00)CUSTOS/DEPESAS GERAIS (R$520.000,00)BLOQUEIO DIAMOND – BANCO CENTRAL (R$127.500,00)RESULTADO FINAL – DEFICITÁRIO (R$2.267.500,00)
NA BUSCA DE SOLUÇÕES
Diante deste quadro fica evidente o trabalho que tem sido desenvolvido para equacionar a preocupante situação financeira e a necessidade de dar seqüência à sua reestruturação e, paralelamente, a geração de ações positivas para a obtenção de recursos que possibilitem o equilíbrio das contas. Algumas dessas ações:
IMÓVEIS INATIVOS
O Atlético possui seis imóveis, todos com seus custos operacionais e alguns com pouca ou nenhuma receita, como:
• Vila Olímpica: com 85.000 m² tem uma grande parte desta área não utilizada, gerando prejuízo financeiro. Nosso objetivo é explorar economicamente a área ociosa, através de projeto a ser apresentado ao Conselho Deliberativo. Enviamos às 10 maiores construtoras do Estado pedido de estudos para um melhor aproveitamento e valorização da área. Assim que as propostas forem formalizadas serão levadas ao Conselho Deliberativo.
• Casarão da Avenida Portugal, no bairro Planalto: com 2.000 m² a antiga concentração de jogadores da base, não utilizada há anos, só gera despesas. Temos recebido sondagens e assim que tivermos propostas concretas apresentaremos ao Conselho Deliberativo para apreciação e discussão. O resultado de qualquer negociação, caso ocorra, após aprovação do Conselho, deverá ser integralmente reinvestido em favor do patrimônio do Galo.
• Sede administrativa de Lourdes: com 1.600 m2, situada em área nobre e muito valorizada da cidade. Enviamos às 10 maiores construtoras do Estado pedido de estudos para um melhor aproveitamento e valorização da área. Assim que as propostas forem formalizadas, serão levadas ao Conselho Deliberativo.
• Diamond Mall: proporciona um rendimento bruto mensal em torno de R$ 300 mil, e após subtraídos os 15% do TRT, temos ainda um bloqueio de 50%, para pagamento de dívida com o Banco Central, referente a negociações internacionais feitas na década de 90. Não existe nenhuma proposta de compra ou negociação do Shopping. Caso aconteça, esta será imediatamente levada ao Conselho para que possa deliberar sobre o assunto, conforme preceitua o nosso Estatuto.
LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE
Através da Lei de Incentivo ao Esporte o Atlético conseguiu a arrecadação de R$ 5.067.936,72 para dois projetos.
O Núcleo de Formação Esportiva faz o custeio das categorias de base do Clube, dentro da Cidade do Galo, onde temos 200 crianças, adolescentes e jovens, com toda a estrutura necessária à prática esportiva. O outro, Educação se faz Também com Esporte criou 12 escolinhas de futebol de campo para crianças e adolescentes, que servem como atividade de responsabilidade social e ainda como seleção para potenciais futuros jogadores profissionais. Estas escolinhas funcionam em parceria com clubes do futebol amador da Grande BH. Entre os clubes de futebol do país apenas o Atlético e São Paulo conseguiram aprovar e captar recursos para projetos.
Para o ano de 2009, o Galo já está elaborando os novos projetos que têm que ser apresentados ainda em 2008 para conseguir a liberação para a captação. A expectativa é que tenhamos um valor maior em recursos através da Lei de Incentivo ao Esporte, fortalecendo ainda mais as categorias de base do Clube. Pretendemos construir três novos campos, cujos estudos de engenharia já estão prontos.
Todos os dados referentes a estes projetos podem ser encontrados no site do Atlético e no site do Ministério do Esporte, www.esporte.gov.br.
PROJETO TORCEDOR-COLABORADOR
Esta é outra iniciativa inovadora do Atlético, criada a partir da constatação, através de pesquisas de opinião, do desejo de abnegados torcedores atleticanos de prestarem uma colaboração financeira espontânea ao Clube, destinada especificamente para aplicação nas Categorias de Base.
Sua viabilidade foi possível pela adesão ao programa através das contas da CEMIG. Um investimento teve de ser feito para o envio das boletas. As adesões chegaram ao número de 17.200, mas ativas são 14.000 porque a CEMIG só aceita efetuar a cobrança de torcedores que tenham CPF cadastrados na empresa, ficando assim 3.200 impossibilitados de se tornarem colaboradores.
O valor mensal arrecadado superou em todos os meses os valores das parcelas que vêem sendo pagas há 10 meses aos Correios. Até hoje foram arrecadados R$ 1.252.000,00 e pagos R$ 617.432,40. O investimento total foi de R$ 1.500.000,00. Todo o investimento está sendo pago pelo Atlético, ficando a arrecadação livre para investimentos na base.
Com os recursos foram feitas diversas obras como a construção e inauguração da Ala Torcedor-Colaborador com 12 novos apartamentos, destinada aos intercâmbios internacionais, criação de uma biblioteca e de uma Lan House, ambas para uso dos atletas de base em seus estudos e nas horas de lazer, bem como a finalização do Complexo de Fisioterapia.
Um site exclusivo para adesão de novos torcedores-colaboradores está sendo desenvolvido, bem como mais maneiras de cobrança mais simples e modernas, além da conta de luz, hoje a única forma. Acreditamos que com isso teremos um número maior de atleticanos ajudando a criar ainda melhores condições de treinamento para a nossa base.
É importante ressaltar que os recursos arrecadados pelo Programa Torcedor Colaborador possibilitaram o investimento na estrutura das categorias de base na Cidade do Galo.
Do total arrecadado todo mês, 3% são revertidos para o Movimento Educart, ONG sem fins lucrativos, e 5% para o SERVAS. A parceria com a Educart tornou-se obrigatória, uma vez que a Cemig só faz convênios com entidades filantrópicas.
Outra notícia de interesse de todos é que os pagamentos das despesas nos Correios estão em dia, e a partir de reuniões da presidência do Clube com o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, o Deputado Federal Virgílio Guimarães e o presidente dos Correios, Jânio Pohren ficou acertada a possibilidade real de reversão dos valores cobrados pelos Correios.
PARCERIAS
Uma explicação necessária refere-se às parcerias que o Atlético mantém com outros clubes. Críticas têm sido feitas a essas parcerias, mas é importante analisar o retorno que o Clube obtém com essas iniciativas, mesmo porque elas se tornam fundamentais como forma de enfrentar o déficit operacional de mais de R$ 27 milhões ao ano. Todas as parcerias são feitas através de contratos firmados, previamente analisados pelo Departamento Jurídico do Galo.
O negócio do Clube é o futebol e isso faz com que tenhamos uma produção de jogadores maior do que o nosso elenco profissional comporta. Temos então que dispensar o atleta, que está na fase de transição entre juniores e profissional, ou colocá-lo em parcerias para valorização e experiência.
As parcerias são o instrumento para oferecer aperfeiçoamento profissional a atletas saídos das categorias de base e que ainda não conquistaram espaço junto aos profissionais. Nos clubes para os quais vão, esses atletas têm visibilidade e, como seus salários são pagos pelo Atlético que tem seus direitos federativos assegurados por contrato, adquirem experiência e podem representar receita em transações. Tivemos parcerias em 2006, 2007 e temos em 2008. Parcerias são comuns em TODOS os grandes clubes do país.
O Atlético teve parceria com Democrata Futebol Clube, Esporte Clube Democrata, Itutiutaba, Passense, Tombense, Varginha e Guarani. Hoje elas se restringem ao CRB e ao Uberlândia, recentemente firmada. A atual Administração acredita nas parcerias pelos resultados técnicos e financeiros que proporcionam.
Alguns exemplos: Welton Felipe não tinha chance no elenco profissional do Galo e foi então emprestado ao Ituiutaba, retornando ao nosso elenco profissional. Foi eleito o melhor zagueiro do Campeonato Mineiro por diversos órgãos de imprensa. O volante Serginho Mineiro foi emprestado ao CRB, onde se destacou, desenvolveu-se como atleta e retornou para se tornar importante peça no elenco profissional. Estes são apenas os exemplos que já se destacaram, mas diversos outros podem ser citados.
Em contrapartida aos investimentos feitos podemos buscar atletas nos clubes parceiros. Foi o que aconteceu com o goleiro Camilo, revelado pelo CRB, e que hoje é titular na nossa equipe Junior e certamente estará entre os profissionais em pouco tempo.
Temos como exemplo de retorno financeiro a venda internacional de atletas. O jogador Wanderson que nem chegou a atuar pelo Atlético teve seus direitos adquiridos por um clube do México. Ele foi disponibilizado ao CRB, se valorizou e com a venda arrecadamos US$ 200.000,00.
CENTENÁRIO
Desde 2007, o Atlético preocupou-se com o planejamento do Centenário. As expectativas dos públicos diversos (Conselheiros, Diretoria, funcionários, torcida, imprensa, patrocinadores, jogadores, ex-atletas, personalidades, ...) eram imensas, tanto para as festividades quanto para os resultados.
Sabemos que dificilmente todos os anseios serão atendidos satisfatoriamente. Nos meses de outubro a dezembro de 2007 recebemos mais de 5 (cinco) mil sugestões e idéias de torcedores, jornalistas, funcionários e conselheiros. Foram selecionadas e escolhidas propostas que couberam no orçamento financeiro de 2008, apresentado ao Conselho, que previu um investimento de R$ 800.000,00 nas ações do Centenário.
O Centenário é um momento especial na história do Atlético. Todos os esforços do Departamento de Marketing estão voltados à valorização da marca, relacionamento com os públicos envolvidos, reconhecimento dos personagens que construíram nossa história, fortalecimento do Clube e aumento de receita. Até o momento, mais de cinqüenta ações foram realizadas. Outras tantas acontecerão até dezembro. Homenagens serão feitas aos ex-atletas do Clube durante o Campeonato Brasileiro e o mês de outubro será destinado às crianças com rua de lazer na cidade e no Mineirão.
O potencial comercial do Centenário refletiu direta e indiretamente nas receitas do Clube. Diretamente, o Atlético conseguiu apoio financeiro da Prefeitura de Belo Horizonte, Fiat, Lotto e FPT Powertrain. Somados a esses recursos, o Galo teve ainda direitos de transmissão do amistoso internacional adquiridos pela Rede Globo de Televisão e a renda líquida com a bilheteria da partida. No total, foram mais de R$ 900.000,00 captados.
Indiretamente, o impacto do Centenário contribuiu para o crescimento das receitas de patrocínio advindas dos contratos da Fiat, Lotto e FPT Powertrain, bem como, o crescimento das vendas de produtos e camisas que aumentaram os royalties recebidos das Lojas do Galo. É importante ressaltar que os patrocínios atingiram números jamais recebidos pelo Clube anteriormente.
Além das receitas financeiras, o retorno institucional para o Clube está superando nossas previsões. As comemorações receberam grande cobertura da imprensa nacional e até mundial, emocionando a massa atleticana, sem que houvesse investimento financeiro para divulgação. Um exemplo disso foi a inserção ao vivo no Jornal Nacional durante o show do Jammil, mostrando a bandeira gigante no gramado do Mineirão, que antecedeu ao amistoso contra o Peñarol.
Como já foi explicado, o Centenário teve patrocínios específicos suficientes para viabilizar todas as ações que totalizaram um investimento de R$ 920.000,00 mil reais. Uma rápida análise mostra que a pequena diferença existente entre a receita direta e os investimentos está muito abaixo do valor previsto no orçamento de 2008. Não contemplamos aqui o retorno institucional para a marca e o nome do Clube, que são incalculáveis.
Os documentos referentes ao Centenário estão disponíveis no Departamento de Marketing, incluindo as ações realizadas e as previstas até 31 de dezembro de 2008.
AUDITORIA
Cabe ressaltar que, com o advento da Lei Pelé, já se encontram auditadas todas as contas do Atlético, desde 2002. Os pareceres da Soltz e Mattoso (www.soltzauditores.com.br), empresa independente que faz a auditoria, são publicados juntos com os demonstrativos financeiros do Clube. As contas são auditadas segundo sua relevância e volume.
É de todo o interesse da atual Diretoria a implantação de nova auditoria independente no Atlético, conforme exaustivamente pedido em reuniões do Conselho Deliberativo, registrado em atas. Na última reunião ficou aprovada em Assembléia Geral a criação de uma comissão para fazer os estudos preliminares para uma completa auditoria. Estamos aguardando o parecer desta comissão para que possamos contratar a empresa que fará a auditoria.
Consideramos importante que se faça a auditoria da atual diretoria e de todas as que a comissão julgar necessárias, a fim de consolidar a transparência definitiva dos negócios do Atlético.
O CASO LEÃO
É importante que esta questão seja definitivamente esclarecida.Com a saída do técnico Geninho, o vice-presidente jurídico do Clube, Roberto Vasconcellos, nos procurou, pois, havia sido informado que treinador Emerson Leão aceitaria receber o mesmo valor que Geninho recebia. O então diretor de futebol Beto Arantes e o Roberto Vasconcellos foram autorizados a entrar em contato com o treinador e acertar sua contratação por R$ 250.000,00 mensais, custo total da comissão técnica e do treinador Geninho. Infelizmente, a informação não correspondeu ao que Emerson Leão exigia para voltar a trabalhar no Atlético. O técnico pediu mensalmente R$ 400.000,00 livres de impostos e mais R$ 100.000,00 de luvas, o que representaria mais R$ 185.000,00 de Imposto de renda e R$ 235.000,00 de encargos trabalhistas (INSS, FGTS, 13º salário, ferias, etc), totalizando cerca de R$ 920.000,00 por mês.
Enfim, uma quantia totalmente fora da realidade de qualquer Clube brasileiro, ainda mais do nosso. Além da alta pedida financeira Leão afirmou que só poderia vir depois do casamento da filha, que acontecerá em setembro. Por isso, o então diretor de futebol Beto Arantes descartou sua contratação, conforme entrevista dada ao jornalista Roberto Abras na Rádio Itatiaia, antes do jogo contra o Goiás. Tudo isto resultou na inviabilidade da contratação do técnico, recaindo a preferência da diretoria para o treinador Gallo, de competência reconhecida e que tem surpreendido positivamente por seus métodos de trabalho que trarão, certamente, resultados.
A saída do diretor Beto Arantes se deveu por problemas pessoais e nada tem a ver com a não contratação do treinador Leão.
VIOLÊNCIA, TORCIDA E IMPRENSA
Não podemos deixar de falar mais especificamente dos problemas de violência que têm envolvido alguns torcedores do Atlético. Quando externamos nossos problemas e nossas divergências internas estamos incitando protestos, o que é legítimo e válido. O problema é que se está criando a presença da violência física e mesmo velada. Ameaças a diretores e funcionários, agressões a jogadores e trabalhadores do Clube, telefonemas convardemente anônimos e protestos com hinos de guerra não irão ajudar em nada. Aqui neste documento estão todas as explicações para os problemas e dificuldades do Atlético, todas comprovadas por documentos que se encontram no Clube para o conselheiro que desejar ter acesso. O Galo já tomou todas as medidas legais e agora aguarda as providências das autoridades competentes.
A imprensa esportiva trabalha 24 horas atrás de notícias, e nada dá mais repercussão em Minas Gerais que matérias sobre o nosso Galo. Portanto, peço o cuidado máximo na divulgação de fatos internos do Clube, bem como a comprovação da veracidade. As inverdades são sempre mais fortes e fazem a torcida se indignar, sem dar a chance de uma resposta adequada. Temos o Conselho Deliberativo que é o fórum ideal para as discussões sobre os assuntos do Clube, e é onde devemos resolver nossos problemas, bem como agregar valores à administração atual.
UNIÃO E PARTICIPAÇÃO
O Atlético tem quatro vice-presidentes que são pela ordem de sucessão Renato Moraes Salvador Silva, Roberto Soares de Vasconcellos Paes, Gil César Moreira de Abreu e Ronaldo Vasconcellos Novais. Temos ótimo relacionamento com todos e cada um contribui como pode com o Clube.
Reconhecemos e reiteradas vezes temos afirmado o grande trabalho realizado pelo vice-presidente Roberto Vasconcellos à frente do Departamento Jurídico do Clube. Discordâncias profissionais, e não pessoais, existem e têm que ser respeitadas. Contamos com a colaboração e o esforço de todos para que alcancemos o melhor para o Atlético.
Ao prestar estes esclarecimentos, nos colocamos à disposição para, diariamente, esclarecermos todas as dúvidas e receber sugestões. Só não está disponível às segundas-feiras, quando é realizada uma reunião de diretoria, chamada Colegiado de Gestão. Todos os vice-presidentes são convidados, assim como o presidente do Conselho Deliberativo, João Baptista Ardizoni. Os que não podem comparecer enviam representantes. Normalmente participam do Colegiado: Renato Salvador (quando não presente representado pelo seu diretor Flávio Pena), Roberto Vasconcelos (sempre representado por Luiz Fernando Pimenta ou Lucas Ottoni), Álvaro Cotta, Antônio Neves, Alexandre Barroso, Alexandre Faria, Domênico Bhering, Emmerson Maurílio, Felipe Ximenes, Flávio Pena, Franklin Roosevelt, José Marcos Soares de Souza e Marcos Moura.
A oposição é válida e traz benefícios quando mostra novos caminhos e possíveis soluções para a melhoria da administração.
Contamos permanentemente com o trabalho e as idéias dessas pessoas, mas consideramos importante que todos que amam o Atlético e desejam grandes conquistas para o Clube, como sempre foi na história, analisem a real situação do Clube e procurem entender que a esperança se constrói através do trabalho conjunto e da solução dos problemas, para que seja respeitado o verso de nosso hino que diz: “O nosso time é imortal”.
* retirada do Portal superesportes.
2 comentários:
Quando leio bulas de remédio, fico com enorme dúvida se realmente eles servem praquilo que eu sinto e da forma como o médico indicou.
Quando leio revistas (né, Veja?), tenho vontade de vomitar.
Quando leio livros, sempre paira uma dúvida (ou crítica) no ar.
Quando leio anúncios de promoções, sempre desconfio que na verdade eu pagaria mais caro.
Não sou mais esperto nem inteligente que ninguém.
Nem mais burro.
Por que eu acreditaria em tudo que vem da diretoria do galo?
e você, que, como eu, é atleticano?
Acho que a importância da carta se dá, entre outras coisas, por se tratar do indicativo de um comportamento da diretoria. Essa é apenas uma das várias análises possíveis de se fazer.
Talvez a questão seja muito menos simplesmente "acreditar" e mais observar para tentar perceber as entrelinhas desse povo. E pra observar, é preciso... observar, uai!
Pra que se desconfie da veja, é preciso ler, né?
A carta tem seu propósito e, a crítica é, exatamente, transpor a barreira da crença para que se possa enxergar além.
Por isso, a importância está no fato de ser a palavra do Presidente (bom ou ruim) do Clube. Ceder este espaço para tal, já com esta condição duvidosa (do presidente), é mais do que indicativo de que a questão não é só de se acreditar no que ele fala.
Assim, acho que o ponto principal não é a da crença alienada. É a da abertura e do direito do caboclo se explicar. A partir daí, cada um que tire suas próprias conclusões.
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