Belo Horizonte (“E há tempos o encanto está ausente...”) – Acho que nem o mais pessimista dos atleticanos imaginaria que ao final do Ano do Centenário (ADC) as coisas estariam no pé em que estão. Como escreveu um repórter do portal Superesportes, “a crise parece ter chegado no galo para ficar”. A impressão geral que se tem é que o Clube Atlético Mineiro é uma nau à deriva e que afunda lentamente. Aliás, lentamente ela afundava porque, neste momento, a água parece atingir o convés.
E digo “nau à deriva” não pela falta de um presidente, como a imprensa tem gritado diariamente. Particularmente, não acredito que a vaga na presidência do Galo seja a causa maior do caos. O Clube tem um conselho que tem poderes para segurar o rojão na falta de um comandante-mor. Mas é covarde e se furta à responsabilidade. O Clube tinha 4 vice-presidentes e todos eles abandonaram o barco juntamente com aquele que tanto criticaram, outro exemplo de covardia. São comportamentos incompreensíveis, totalmente ilógicos e que em nada contribuem para a saúde do Galo.
O que fizeram com o CAM? Aliás, reformulo a pergunta: o que FIZEMOS com o CAM? Por que deixamos que ele chegasse à lama? Não direi fundo do poço porque, quando menos se espera, mais fatos aparecem e mais se afunda.
E prova de que o fundo do poço pode ser ainda mais fundo do que se imagina é que há poucos dias, menos de dois meses, o ex-presidente Ziza Valadares dizia, de peito cheio, que o Atlético estava saneado. Os salários estavam em dia e caminhava-se com dificuldades, mas sempre em frente. Poucos dias após sua renúncia, uns dois ou três, a imprensa já começava a comentar sobre um empréstimo que o clube estava fazendo para, adivinhem!, pagar salários! A pergunta que vem à mente tão rápido quanto um trovão é: por que tudo vem à tona agora?
Respostas para esta pergunta inundam o pensamento. Como que numa tentativa desesperada de solucionar (ah, se fosse tão simples!) o caos, teorias diversas vão aparecendo à medida que o pensamento viaja. Seria o presidente Ziza Valadares uma espécie de dique que continha a tormenta? Se esta bagunça toda “surgiu” após sua renúncia, não é coerente pensar desta forma? Ainda por este raciocínio, se ele era um dique, como continha toda a revolta, quais os métodos que utilizava para deter as intempéries que se lançaram sobre o Glorioso?
Frente a tudo isto que tem acontecido, não me resta outra alternativa senão crer que a liga que constituía a argamassa do tal dique era a mentira. Era desta forma que o senhor Ziza Valadares tentou conter a pressão que a avalanche histórica do CAM fazia sobre seus ombros. E, aí, é inevitável não somar mais essa à conta, já avermelhada, do nosso ex-presidente.
Há mais indícios de que a conta já estava avermelhada há tempos. Agora, na imprensa (que, segundo o Gus – e compartilho – terá o que merece aqui no FEF em breve) diz-se que o senhor Ziza já havia negociado o adiantamento das cotas de TV de 2009 com a Rede Globo. Aliás, justiça seja feita, o próprio Afonso Paulino(...) disse isto em entrevista coletiva. Segundo o também ex-presidente, o orçamento de 2009 já está seriamente comprometido em virtude destes adiantamentos (já foi toda a grana do campeonato mineiro e parte do campeonato brasileiro) e já se pensa em alternativas para “salvar 2009”. Cá entre nós, isto não parece aquela situação do cara que está atolado de dívidas até o pescoço e procura uma financeira para “solucionar” seu problema? O final desta situação a blogaiada toda já conhece, não é mesmo?
Afora toda esta complicação administrativa, estatuto, presidência, eleições, renúncias, dinheiro, tem ainda os problemas relacionados ao time. Ok, serei mais específico quanto as problemas, já que são tantos...
De volta a velha história de jogador baladeiro. Velha história porque nos idos de 99/00 já ouvimos muita coisa desse tipo. Aliás, a história velha é nova porque, naquela época, nosso baladeiro-mor foi o artilheiro do campeonato brasileiro e, hoje, os baladeiros variam de pseudo-meia-atacante, passando por lateral-esquerdo-fantasma e um quase-lateral-direito, além de um goleiro peruzeiro. Aliás, deste último diz-se que esteve em casa de “reputação duvidosa” com o tal “pseudo” e que tomava uísque e zombava da torcida. Será por causa do “pé inchado” que ele tomava tantos gols por cobertura? Além destes dois, rumores disseram que havia um terceiro. Isso tudo no dia do início da concentração (que começava às 22hs. Teve nego que saiu da tal casa às 21:30hs.) para o jogo contra o beneficiado Palmeiras.
E estas coisas já estavam acontecendo há bastante tempo. Ao menos é o que insinua a imprensa quando diz que o capitão do time já estava conversando com o quase-lateral-direito há tempos, aconselhando-o a “largar esta vida”. Ou seja, já se sabia disto tudo há muito mais tempo do que se imagina.
Diante de todo este caos generalizado me surge, enfim, a pergunta mais importante que imagino permear as mentes e os corações alvinegros: o que será do Clube Atlético Mineiro? Qual será o futuro desta instituição centenária que luta para se manter viva, apesar dos esforços contrários? E chegamos à pergunta que título: O que há por trás desse caos?
O Gus disse algum tempo atrás que estava difícil admitir que um certo desânimo havia se instalado e que admiti-lo não era tarefa fácil. Tenho a mesma sensação ao me recusar, quase que apaixonadamente, irracionalmente, a admitir que estas nuvens negras que pairam sobre o céu Atleticano estão cada vez mais pesadas. Admitir que, hoje, o futuro do Galo parece tão negro quanto as nuvens que (n)o(s) cerca(m) não é fácil.
Mas, como já disse antes, não te abandono. Jamais.
P.S.: Será que isto explica o funcionamento deste sistema tão complexo?
2 comentários:
Pois é meus caros amigos é de dar dó a atual situação do CAM que se reflete por um passado alvinegro. Não sei se é fato mas andam dizendo que "Caiu" (Calil), discursa a vinda de Luxemburgo. Será que essa pessoa acredita que somos tão idiotas? Um nome não é a solução do Galo... O que vocês acham?
Pois é. O Kalil andou disse que o presidente anterior recusou o luxa, "que andou batendo na porta do Galo". Ele disse que não recusaria. "Eu quero ver o luxa mandando e desmandando aqui. Mandando na grama, mandano em tudo".
Tenho minhas dúvidas. Que o Vanderley é excelente técnico, não há contestação. Mas o que me pergunto é se ele conseguiria trabalhar em um clube com baixo orçamento e em crise, como está o galo.
Ou será que, caso ele viesse, não atrairia investidores com o seu nome? Sei lá. O fato é que acho completamente improvável que ele apareça por estas bandas de cá. Apesar de várias pessoas dizerem que ele QUER treinar o galo.
Vai saber...
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