quinta-feira, 12 de março de 2009

Sinal de mudança?

Belo Horizonte (Sabadão!) – Planejamento. Palavra que, por muito tempo, parece ter passado a quilômetros de distância da sede administrativa e da Cidade do Galo. E sua ausência tem significado o caos, a mediocridade e a angústia vividas nos últimos anos.
O Márcio Araújo festejou o bom “planejamento do Atlético para a temporada 2009” e, para ilustrar, citou a política de contratações do clube nesta temporada. Acabou o “pacotão” de reforços.

De fato, as contratações realizadas nesta temporada foram um pouco mais cuidadosas, com jogadores escolhidos pelo custo financeiro, capacidade técnica e vontade de “comprar” o projeto do clube. Ao menos foi isso que o Leão disse inúmeras vezes. Não adiantaria trazer jogadores que, 1 fossem muito caros e 2, não se encaixassem no perfil do jogador “para”o Galo.

Além do maior cuidado nas contratações, a diretoria reduziu significativamente o número de jogadores trazidos para o elenco. Até agora, com a chegada do meia-atacante-volante-armador, foram 10. Não se sabe, entretanto, se o número baixo – para os padrões do clube nos últimos anos – se deve à falta de dinheiro, à escassez de bons jogadores disponíveis ou se ao famigerado planejamento. O fato é que, neste ano, não vimos barcas chegando ao clube cheias de “reforços” suspeitos. Isto, por si só, já é um bom sinal. Se foi fruto de planejamento, melhor ainda!

Mas uma frase do Márcio Araújo chamou muito minha atenção pra algo que eu não havia pensado, até então: “Para se montar um grupo não adianta tantos jogadores, pois acaba criando uma pressão muito grande, (...)”. Pode não significar nada, mas isso não é um dos sintomas que nós vimos falando todo esse tempo? Pressão da torcida, que vai a campo pra vaiar o time (ainda que merecesse), pressão da mídia e a pressão do próprio indivíduo, que busca seu lugar no time, tendo que disputar sua posição com mais 6, 7, 10. A pressão existe, sempre. Mas desta forma, com barcas e mais barcas chegando e saindo, imagino, deve ser bem mais difícil conseguir apresentar algum rendimento.

Eu acredito que está muito mais que comprovado que contratar jogadores “na baciada” não é um bom negócio. Os números falam por si só. Nos anos de 2006, 2007 e 2008, 74 jogadores foram contratados. Apenas três (!) ainda estão no Galo: o zagueiro Marcos, contratado em 2006, o goleiro Juninho, contratado em 2007 e Marques, em 2008.


E eu estou falando só dos números...

8 comentários:

Breno Souza disse...

E por falar em números, acrescente aí mais um voalnte trintinha chegando. Fabiano, ex São Paulo, Santos... Vem para disputar mais uma vaginha no time do Galo. Pressão é sempre bom, pois obriga ao preguiços a treinar com responsa, com vontade e com seriedade, mas ao mesmo tempo eu me pergunto: Porque o Galo está reforçando tanto o ataque e suas adjacencias e não se preocupa com meio e defesa? Seria o caso da velha teoria que o ataque é a melhor defesa? Esse é o caminho? Confesso muito temor!

Gus Martins disse...

É, pessoal! Essa coisa de não ter vindo barca é realmente um passo a frente em relação ao que tivemos nos ultimos tempos.
E acho que não cometi nenhum exagero ao concluir que o time que treinou no coletivo hoje como reserva é melhor, ou pelo menos igual ao titular do ano passado.
A saber:Édson (Bruno); Yuri, Marcos, Werley e Thiago Feltri; Rafael Miranda, Júnior Carioca, Tchô e Carlos Júnior; Pedro Paulo e Mariano Trípodi (Renan Oliveira).

Tudo bem. O Édson não conta. O Yuri não é lateral direita e o Tripodi não conhecemos.
Mas ainda acho que não exagerei...

Gus Martins disse...

Claro que isso não daria a condição do time disputar um brasileirão, mas já configura pelo menos um banco mais interessante.

Anônimo disse...

Bão ter um presidente né?
Fazia tempo que não tinhamos um...

Gus Martins disse...

Sim, com certeza!
Hoje temos...
mas pra não fugir à regra de apaixonados insatisfeitos, acabamos por dizer muito mais dos defeitos (como as gritarias) do que dos méritos... que neste post temos ressaltado!!

Herberth Mendes disse...

Gustavo, talvez esse time reserva até seja melhor que o do ano passado. Só de não ter o César Prates...

As contratações desse ano foram de risco, mas pelo menos parece que foram realmente pensadas. No papel é um grupo bom, se der liga vai ser um time interessante pra se ver jogar. Não acredito que ganhe nada importante, mas também não deve ficar lá na rabeira. Leão gosta de trabalhar com a molecada, então pode dar uma mescla legal com esses cacarecos que vieram. Tardelli e Carlos Alberto são os melhores até agora.

Agora, se num der certo vai ficar a cara do time de 2005. Obs: eu assumo, também achava o grupo de 2005 bom no papel...

Não confio na defesa. Precisamos de zaqueiros. Pra mim Leandro Almeida é ok; o Marcos dificilmente joga com o Leão e o Welton é muito desastrado.

Anônimo disse...

Jason, eu creio que houve mais filosofia de trabalho do que propriamente um planejamento que a rigor não houve nem tempo para planejar nada tal a zueira que estava a casa.
Houve a chegada do Leão, do Bebeto e pro momento vamos fazendo o que é possivel.
Houve mesmo foi uma aglutinação de gente séria.

Jason Urias disse...

É mesmo, hein, Tom! "Aglutinação de gente séria" foi uma boa definição para a situação. Espero que, a partir de agora, o planejamento seja levado a sério pela diretoria para que, daqui a uns dois, três anos, possamos ter um time realmente competitivo.