sábado, 16 de maio de 2009

Galo no Divã: Atlético MG 2 x 1 Grêmio

(...como pode um peixe vivo, viver fora d'água fria..?)

Dia de futebol bonito, dia de campeões. Digo, no velho continente. Na Espanha, o Barça, com sobra. Igualmente, na Itália, com a Juve(nada disto! Foi a Inter!) Na terra da rainha, foi o Manchester, mais uma vez, pra minha infelicidade, ainda mais que a coisa foi decidida no empate com 'meu' Arsenal. Mas tudo bem. Aqui pelas bandas das gerais, desisti do gigante da pampulha para voltar pra terrinha boa, sítio, cervejinha, e tudo o mais. Pela TV, gostei do que vi... no placar. Não gostei do que vi em campo. Pra variar...
Marcadores do que significou a primeira vitória. (Foto: superesportes.)

Juninho: Um básico que satisfez... até quando?
Carlos Alberto: Menos pior do que nas últimas partidas, o que não é parâmetro algum. Na lateral, não é sua praia. E isto ficou claro.
Welton Felipe: Os momentos normais foram apagados pelos muitos momentos de precisão. Surpreendente.
Leandro Almeida: Bem posicionado. Já é um (re)começo.
Thiago Feltri: Sobrou em disposição, faltou em técnica. Eu estava pronto pra dizer que carecemos daquilo que falta. Mas graças àquilo que sobra, tivemos o primeiro gol.
(Júlio César): Entrou pra quê? Aos 43?
Renan: Lentidão é sua marca. Mas foi menos desligado e conseguiu ajudar a defesa (até porque nem foi tão exigida assim).
Jonílson: Me pareceu um pouco o Carlos Alberto, sem aquele fôlego e empolgação. Veremos daqui pra frente.
(Marcos Rocha): Ao meu ver, entrou tarde. Fez algumas importantes jogadas, mais pelo meio do que pela lateral.
Márcio Araújo: Ah, os passes. Ah, as carregadas de bola desnecessárias.... mas não comprometeu.
Júnior: Técnica apurada não vale nada se não for bem usada. Seu lugar é na lateral.
Éder Luís: Deveria jogar futebol, antes de querer responder à torcida. Não conseguiu nem uma coisa, nem outra. Mais uma vez.
(Alessandro): Importante na movimentação e no posicionamento do setor ofensivo. Mas não produziu.
Diego Tardelli: Ah, se ele quisesse jogar na área... Pois é mais um dos peixes fora d'água, jogando onde não é a sua...

Celso Roth: Esquisito. Treina com Édson, reveza laterais e ensaia um 4-3-3. Na hora do jogo, entra com Juninho, um volante na lateral, outro que nunca jogou no meio e 2 atacantes. Alguém entendeu? NÃO credito o resultado a esta 'estratégia'.

Por que vinha eu, no 'pitacos' apostando em uma vitória contra os gaúchos? Pela impressão que tenho do futebol que vem de lá do sul. Em primeiro lugar, de um time que está muito mais preocupado com Libertadores do que com o começo do brasileiro. Em segundo, pelo fato de terem um time bem armado, mas não um time 'perigoso' e que, diante de outro que se mostrasse surpreendente, poderia sucumbir. E apostei na surpresa do Galo.

Supreso fiquei eu pois, durante a maior parte do jogo, não acreditava mais que tal situação pudesse ocorrer. Preguiça do Grêmio em jogar bola e incompetência do Galo em faze a lição de casa. Muito disto por estarmos mergulhados em um esquema que não conhecíamos com jogadores desadaptados. Seguindo a cartilha do Juba no velho 4-4-2 já estava difícil, imagina mudando de uma hora pra outra. No final das contas, foi uma monotonia total.

Até os 15 minutos do segundo tempo. Daí pra frente começou algum movimento. Inicialmente do Grêmio. Quando 'tomaram tenência', mostraram que sabiam mais do que o Galo o que fazer com a bola. Porém não fizeram. E quase que por um acaso (talvez mais insistência do que acaso) chegamos lá.
Neste momento eu disse: "Que ótimo, o empate está garantido. Porque esta hora, não tomaremos dois gols". Não passou muito e tomamos um. Ah, como é previsível esta zaga do galo, quando tem uma bola sobrevoando seu território. Os zagueiros imaginam que é mais um avião da Gol querendo cair. E correm. Eu imagino que é mais um Gol querendo entrar em nossas redes. E acontece.

Aquilo que, em um lance do jogo profetizei, tinha tudo para virar verdade. O empate estava sacramentado até que uma das máximas do futebol resolveu se impor: O jogo só acaba quando termina. E eis que, antes de terminar, a zaga de lá conseguiu ser pior do que a de cá. Desesperada, inútil e infantilmente, o cara me põe a mão na bola. Daí não dá.
O artilheiro se redime com as redes e no soar do gongo nos coloca na vantagem que define o placar do jogo.

Não acho que ganhamos do time de melhor campanha da Libertadores. Não foi o mesmo time. Não jogaram como jogam no torneio sulamericano. É bom ganhar de um time de nome. Melhor ainda, seria ganhar de um time que joga de verdade. Isto ainda não ocorreu. Foi bom vencer, mas ainda espero pelo momento em que ganharemos pela superioridade em demonstrar o que é o esporte bretão.

12 comentários:

Borusso disse...

É mesmo, Gus! Fazem sentido esses elementos que você colocou, que desenhavam pra uma vitória nossa. Da galera que apostou, só tu que enxergou-os a tempo ahaha.

Otra pedra cantou o Tom, sobre o risco de entrar com 3 no ataq. Por sorte Celso conseguiu evitar(ou adiar) nosso Harakiri, ao usar só 2.

Desanimei completamente com o Feltri! O gol que ele errou logo no início...Vixe[:o]! Galo precisa trazer um lat-esq já! Ou a titularidade feltriense vai nos custar dezenas de ptºs ao longo do Ano I.

Tb achei horrenda a chance q o Junior conseguiu perder.
E zaga que leva gol de Herrera!?...Tá lôko...
"Os zagueiros imaginam que é mais um avião da Gol querendo cair. E correm. Eu imagino que é mais um Gol querendo entrar em nossas redes. E acontece."
Ahaha[:D]hahaah...boa!!!

Fomos beneficiados pela arbitragem.

eliana disse...

Se considerarmos que em circunstâncias semelhantes fomos batidos pelo tricolor dos pampas no mineirão, com direito a goleada, temos que dar graças pela vitória, ela, com brilho ou não, é que pode dar tranquilidade pro time se acertar.

Herberth Mendes disse...

Gustavo, estive no Gigante da Pampulha com o Jason. Sinceramente, na minha opinião o Galo foi melhor que o Grêmio, principalmente no primeiro tempo quando mereceu um golzinho.
O jogo em si foi bem movimentado, aliás nem um pouco monótono. Os dez ou quize primeiros munutos do segundo tempo foram do Grêmio (voltou bem melhor), que criou três lances claros com o "Barbie", com Jonas e depois outro com Tcheco. Mesmo assim nesse período, que foi o pior do Galo, o time não esteve mal e quase fez com o Júnior.
Welton jogou bem, pricipalmente no primeiro tempo, depois deu algumas cochiladas.
Agora, Márcio Araújo jogou muito no primeiro tempo, no segundo apertaram a marcação nele.
Gostei de Feltri, apesar do gol perdido, foi uma boa opção no ataque.
O Jonílson jogou mais atrás e liberou um pouco o Renan pra jogar mais a frente, que me pareceu um melhor nessa posição.
Júnior pode ser uma boa no meio, fez uns 3 passes que poderiam resultar em gols, esperemos a sequência para uma opinião melhor.
Roth vai ter muito trabalho com bola aérea.
Mal mesmo só o Éder e o nervosismo (impaciência) da torcida.
Quanto ao Grêmio, a própria mídia do sul fala que eles tropeçaram em todos os grandes esse ano e só foram os melhores da Libertadores por causa das babas que pegaram. Me pareceu um bom time, mas nada excepcional, então não sei se foi realmente um grande teste pra nós.

Tom disse...

Eliane: como era dito nos velhos tempos do saudoso "Pasquim": ~Tô contigo e não abro", lembrando sempre que o preço da melhoria é a eterna vigilância.

Jason Urias disse...

Gus, como disse o Beth, estivemos no Mineirão, ontem. E, por isto, discordo de quase tudo. O Galo não venceu por incompetência Gremista. Não venceu por falta de interesse pelo brasileirão em detrimento da libertadores. O Galo venceu porque jogou muito bem. Venceu pela surpreendente (como vc já disse) boa, beirando ótima, partida do Welton Felie, que torrou minha língua.

Assim como também o fez o Renan que, apesar de não conseguir ser bom ladrão de bola, jogou muito bem. Talvez pelo fato de o Jonílson (bem, também) ter assumido a proteção da zaga, liberando o Renan.

Carlos Alberto fez boa partida, Márcio Araújo jogou muito! Foi o camisa dez do time, ao contrário do que muita gente pensa ter sido o papel do Júnior que por vezes foi visto à frente da nossa linha defensiva, enquanto o Márcio apoiava o ataque. O Feltri fez uma partida irrepreensível. Era praticamente um ponta esquerda, chegando ao ataque com muita frequência. Pena que lhe falte um pouco de técnica... Eu já disse aqui antes e repito: Acho que ele vai ser o titular da esquerda com o Roth.

O Grêmio bem que tentou jogar futebol mas no primeiro tempo o Galo foi perfeito em sua postura defensiva. Os números não mentem, já dizia o estatístico, e o Galo deu 9 chutes a gol contra 2 do Grêmio. Não deixamos eles jogarem. Foi isso.

No segundo tempo, como disse o Beth, Anularam o Márcio Araújo (e não o Júnior) e o time teve mais dificuldades. Além disso, a entrada do Joílson ajudou a frear as investidas do Feltri pelo lado esquerdo de nosso ataque. A partida se equilibrou e foi um jogo muito bonito de se ver, muito pela surpresa (e satisfação) de ver o Galo jogando tão bem.

O que ainda não nos serve de parâmetro. É preciso tempo para observar se esta melhora será efetiva ou se foi simplesmente pelo grande conhecimento que nosso técnico tem de seu antigo elenco. Torço desesperadamente para que a primera opção se confirme.

Ruim, mesmo, foi o comportamento da torcida. Bem nos primórdios do Blog eu já dizia que a torcida é um grande problema para o Galo. Aliás, e o Gus e o Beth se lembrarão, ainda nos tempos universitários eu já dizia.

Me deu nos nervos a impaciência da torcida do Galo. Bando de estúpidos acéfalos aqueles que jogam contra o time!

Nada me tira da cabeça que o Tardelli escolheu a pior opção de passe no lance da expulsão do volante gremista por causa da histeria da torcida. (Ele saiu em contra-ataque contra dois gremistas, tendo pela esquerda o Alessandro e, pela direita o Júlio César. A segunda o opção era a melhor pois ele estava mais à frente, melhor posicionado que o Alessandro. Mas, tão logo o Tardelli recebeu a bola, quase todo o estádio iniciou uma gritaria freneticamente estúpida que, a meu ver, fez com que o Tardelli se precipitasse.)

E nem comentarei sobre o que ela - a torcida - fez com o Éder Luís. Apesar de ter jogado muito mal, principalmente no segundo tempo, não merece o que estão fazendo.

Herberth Mendes disse...

Feltri destruiu o cabeção no primeiro tempo.
Quanto a torcida, aquele grito por "Raça" já encheu o saco. O outro time vem pra jogar também, em alguns momentos vai dominar o jogo, o que é normal. E isso não significa que esteja faltando determinação ao Galo.

Gus Martins disse...

Como é de costume, a visão privilegiada no campo acrescenta demais a quem só vê pela TV.
Apesar de tudo, fico com minha velha e boa desconfiança que insiste, com motivos, penso eu, em não me abandonar.
Não acredito que teremos tanta facilidade na defesa. Dessa vez tivemos porque: Por arranjo do Roth, creio eu, os volantes passaram a trabalhar como vínhamos cobrando. Mas foi só a bola passar por eles e cruzar os céus, foi aquele Deus nos acuda. Então, não acredito na zaga.
Não acredito no Feltri, pois faz uma boa partida e várias ruins. Nas partidas boas fica claro que falta técnica também. É um pouco do que tenho tido ultimamente com o Tchô: já teve tanta chance que acho que daí não evolui mais.
Não acredito no Júnior como meio campo. Não pela falta de técnica, mas porque ele é muito melhor na lateral. A diretoria que se vire pra arrumar um meio de qualidade. Não adianta cobrir a cabeça pra destampar os pés.
Acredito em tudo que vocês disseram. Mas não acredito no time e que o que foi apresentado é a 'nova cara'. Acho que foi ocasional. Espero que o Roth consiga trabalhar para o contrário...

Gus Martins disse...

É, Borusso.. fiquei me vangloriando por ter adiantado os acontecimentos do jogo e acertado o pitaco, mas no bolão da galera eu pus vitória pro Grêmio e ainda sou o único a não marcar pontos... hauhuahuaua!

Então, pra completar minha desconfiança...
Não acredito em mim mesmo! hehehe!

Herberth Mendes disse...

Eu gostei do vi sábado, Gustavo. Mas é só um jogo, nada pra se deslumbrar. Com certeza precisamos ver se haverá continuidade e reforços serão fundamentais.
Como disse o Jason; "É preciso tempo para observar se esta melhora será efetiva". Afinal, estamos nos remontando de novo.
Essa vitória comprou uma semana de paz pro Roth trabalhar, o que nesse momento vale muito.

Gus Martins disse...

Num to falando que não dá pra acreditar em mim mesmo... Relendo a resenha, vi o vacilo. Na Itália, quem levou a taça (e o tetra) foi a INTER!
tsc tsc tsc.

Pois é, Beth, mas desde a chegada do 'novo' treinador que venho falando (e o mesmo vale pro Feltri): Geralmente pra eles minhas críticas são um tanto quanto desproporcionais, uma vez que, não gostando de nenhum dos dois e não tendo a menor preocupação em ser imparcial, acabo falando demais! hehehe!

Tom disse...

Muuuuuuuuuuito bem.
Quem ouviu a coletiva do Roth sabe que ele disse em claro e bom tom que o time precisa de 3 a 4 reforços e q a diretoria está trabalhando para isto.
Penso também que o gaúcho que pode ter a fisionomia de um cara tosco, rude e burro, mas não o é , aprendeu muito nestes últimos tempos .
Ousou até filosofar tal e qual um cientista político "da hora" , dizendo que o futebol nestes tempos de capitalismo voraz nunca mais permitirá sequência de trabalho sem resultados imediatos .
Só um gaúcho mesmo para fazer esta ilação, pq nossos irmãos do "süll", calejados de muitas pelejas tiram daí esta visão mais politizada, crítica e praticamente inexistente no mundo "de la buela" como diria o prosaico " Don Luxa em Burgos".

Jason Urias disse...

Gus, a desconfiança tem sido quase que uma característica da personalidade atleticana...

Enquanto não observármos resultados sólidos, que sejam traduzidos em títulos de maior expressão, não deixaremos de desconfiar.

O brasileirão é longo e nossa defesa é, sim, um 'aquiles' pra nós.

Mas é fato que nesta partida o time jogou muito bem. A grande dúvida (que aqui é quase sinônimo de desconfiança) é se a história se repetirá na Ilha do Retiro.