quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Associação Livre: Vende, não? Vende, sim?

Belo Horizonte (Estão todos convocados também, viu!?) - Nos comentários de um post aí, que não me lembro mais qual, praticamente convoquei o Borusso a escrever uma Associação Livre e taí, ó. 

Ele trouxe à tona um tema que, particularmente, vira-e-mexe me pego pensando a respeito. 

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Vende, não? Vende, sim?

Novamente as pontas do Triângulo do CAM (torcida-direção-imprensa) deparam-se com uma encruzilhada. Concernente ao assunto privatização. No futebol também? Sim. Essa é dos clubs. É curto o tempo para decidir, e a torcida galista ainda não levantou o tema.

Pro meu BVB foi desastroso tomar medidas arrojadas abruptas. 1º club alemão a colocar ações na Bolsa de Valores, as falhas de gerenciamento do Diretor Meier no início dos Anos 00’s junto com as despesas de reforma do Westfalenstadion pra Copa de 06 e uma queda assustadora do preço das ações nos levaram bem perto da falência.

O oposto se observa numa equipe inglesa chamada Manchester City, de quem teclaremos mais adiante. Que modelos adotar? Modernizar clubs? Profissionalizar diretores? 
 
Em conversas com atleticanos(as),  alguns ponderam:  Se o Atlético se transformar em sociedade anônima, ou seja, uma sociedade comercial, a sua falência poderá será requerida por qualquer um dos seus inúmeros credores.” Há também quem note "faltar uma legislação mais específica na área esportiva que dê suporte a essa transformação”. De qualquer modo a urgência no Alvinegro de tratar o assunto é mais alta que nos outros clubs do Brasil devido à dramaticidade que nos cerca.

O Atlético, a quem foi conferida a insígnia de Campeão do Século XX pela Revista Placar, vem também se dando malzaço em vários certames, há anos não fatura a 1ª Divisão e escandalosas fortunas, embora desorganizadamente, já foram gastas para levantar esse título no período. Sobretudo na década de ’00, com a vinda do Ricardo Guimarães ao club.

Daí o leitor soma uns 8 anos de endividamento acelerado quase ininterruptos; uma política de Caminhão de Contratações (da qual nem Alexandre Kalil conseguiu se livrar); a frase do estadista americano John Adams:  - Há duas formas de se conquistar e escravizar uma nação. Uma é pela espada. A outra é pela dívida; e uma declaração do último Presidente eleito num vídeo da TV Galo na semana de sua posse onde comentava que os clubs no mundo todo iam tender a privatizar: e voilà, acha motivos para crer que em breve o club tentará ser vendido.

No Brasil fora do âmbito do futbol aconteceram experiências na siderurgia, telefonia e algumas outras.

O City antes de comprado pelo Sheik Al Nahyan era o primo pobre do Manchester, nada tão diferente assim de hoje, exceto que não possuía destaque mundial. Era um time cujo ápice foi o gol de calcanhar do craque escocês Denis Law em feroz derby municipal, que mandou o United pra 2ª Divisão em 1974.

De bem menos destaque e mais meteórica levantada notamos o Hoffenheim, que situado num lugarejo de menos de 3.300 habitantes, foi comprado por um gênio dos softwares e, a exemplo do São Caetano, subiu várias divisões em anos consecutivos. No ADC (Ano do Centenário do Galo) chegou a liderar a Bundesliga em boa parte.

Antes do bilionário ex-governador de Chukotka e investidor adquiri-lo, o Chelsea foi admirado em nível continental por conquistar uma CWC (a taça européia dos vencedores das copas nacionais) em cima do Madrid, em ’72, com um golaço num mergulho de Peter Osgood na Final. Porém seu último título de Campeão Inglês da 1ª Divisão fora no ainda mais longínquo ’55.


De volta ao Galo, a criançada atleticana anda com horrível auto-imagem, a maioria só vibrou em ’06. Sequer eram nascidas quando o time, sem campo moderno onde treinar, chocolateou o Olimpia na Pampulha e segurou heróico empate em Asunción, numa batalha para levantar sua 1º taça sulamericana, por exemplo.
 
Num pretensioso lançamento com veneno passo a bola a vocês: com a promessa de toneladas de dinhero de 99 pra cá nossa torcida relaxou? Isso nos fez ficar menos coperos? Ricardo Guimarães será o único comprador? Contras? Prós? Não vende? Vende, sim?

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O que nós temos visto nestes últimos tempos é que não adianta ter dinheiro em caixa. É preciso saber aplicá-lo bem, transformá-lo em melhorias não só estruturais no clube, mas também de recursos humanos capazes de transformar o cash em lucro, que, no caso do futebol, podemos chamar de títulos.

Acho que ainda há muita coisa a ser feita antes de dar este passo. Muita coisa precisa ser definida e outras precisam ser redefinidas. Mas, como o Boris disse aí, parece que o Galo não se preocupou em arrumar estas coisas antes de arrumar um "sheik"...

12 comentários:

Blog do Rodrigo disse...

Olás!
Sempre leio o blog (muito bom diga-se de passagem), mas somente agora vou escreve algum comentário.
Sou a favor da venda sim, mas não como uma S.A. Talvez o modelo usado pelos sheiks na Europo dê certo com o nosso shEike Batista! Será uma ótima opção de negócio para o Eike, com uma torcida recordista de compras dos produtos do GALO: camisas, ppv, ingressos, etc. com times medíocres... Quando o shEike Batista comprar o GALO e fazer dele um time campeão, aposto que será um dois mais ricos e mais campeões clubs de futebol do planeta!
Atc.
Rodrigo

Tom disse...

Brilhante exposição do nosso Borusso, sempre ligado nos quatro cantos de todos os acontecimentos.
O assunto é estimulante e merece um pouco mais de relfexão de minha parte, daí vou pensar um pouco mais e me manifestar, mas não poderia deixar de pontuar as excelentes considerações do Boris e o pós escrito do Jason.

Jason Urias disse...

Olá Rodrigo!

Obrigado e seja muito bem vindo ao nosso divã/caixa de comentários!

O tema é complexo e merece, mesmo, muita reflexão.

O Boris mandou bem padaná trazendo o assunto "com veneno" pra gente matutar!

Zé Carlos disse...

Sou contra a venda principalmente pra esse careca aí, o qual achou o Galo na cabeça do ranking brasileiro, danou a emprestar dinheiro pra ele como presidente nos afundar à segunda divisão; ele devia ser responsabilizado por sua administração suicida, ele e seu diretor de futebol e hoje presidente. Reparem bem a história do Galo antes e depois desse cara...

Gus Martins disse...

Sensacional, Borusso! Custou, mas apareceu na AL com tudo!
Rodrigo, endosso as boas vindas do Jason.

É bom a gente lembrar que como administradores, os citados do Galo são bastante competentes, haja visto a fortuna que acumulam em seus negócios pessoais. A questão é com o Galo.

Se os Sheiks e Eikes da vida investem em algum produto (clube, empresa, seja lá o que for) é pra conseguir lucro elevando a marca e a arrecadação destes. O mesmo não acontece com o Galo. O lucro que tais pessoas obtém parece ser apenas às custas da falência do clube. Enganaremo-nos se acreditarmos que estes caras estão perdendo alguma coisa.

Mas, assim como o Tom, preciso digerir mais e pensar sobre o assunto.
E voltemos sempre na coluna "Associação Livre" pra manter este post 'vivo'

Tom disse...

Clareando um pouco aqui.
Num primeiro momento a idéia não me apraz. Mas isto é fruto da minha geração acostumada a ver um clube de futebol como algo de propriedade de toda torcida.
Hoje vemos que um dos menores pesos orçamentário num clube é a bilheteria.
Naturalmente que qdo a experiencia de privatização é bem sucedida todos ficam felizes. Mas e quando não é?
Qto ao RG, se como presidente foi um fracasso como proprietário em tese não o será, até pq não será ele de fato q dirigirá o clube e não jogará para perder.
Hoje o futebol etá em alta.
E quando a maré virar?
Quando deixar de ser lucrativo.
Se fosse nos moldes atuais o clube sobreviveria como sempre sobreviveu.
No modelo privado o que aconteceria?
Fica aí a grande dúvida.
PS: Recentemente - não me lembro qual clube inglês- torcedores protestavam qto a descaracterização da memória do clube promovida por seus proprietários.

Tom disse...

Ps II - estes proprietários eram norte americanos que entendiam de baseball se não me engano.
PS III - tenho acreditado cada vez mais em ficção científica e seus pres´[agios, desde a classe A mas principalmente aquelas bem fuleiras tipo filme B mesmo.
O mundo anda a cada dia mais fuleiro mesmo.
Daí que acho inevitável q o estado sucumba às organizações e aí salve-se quem puder.
O futebol não escapará e provavelmente virará rollerball.

Jason Urias disse...

Tom,

toda vez que ouço alguém falando de "filme B" não consigo me esquecer de um que o Júlio, irmão do Gus, me contou uma vez.

Não lembro do nome, mas a história é a seguinte:

um boneco de neve assassino que passa o filme todo 'tocando o terror' em todos. No final, o mocinho resolve enfrentá-lo e vence a batalha com um... secador de cabelos!

Eu quase me mijei todo de taaanto rir qdo ele me contou a história. hehehe

elianA disse...

Também não tenho opinião formada, mas talvez seja melhor transformar o clube em máquina de fazer dinheiro do que de lavar dinheiro, que parece ser o caso de muitos que militam no futebol brasileiro.

Gus Martins disse...

Eliana, os Sheiks e russos e afins também fazem lavagem de dinheiro. Mas lavam direito.

Jason, o filme eu não lembro. O
personagem era Jack Frost. E isso me lembrou o outro que vimos de madrugada após encher a cara. Tic, o carrapato assassino, lembra? Pois há uma cena emblemática que faz lembrar o Galo e sua imbecilidade pra resolver problemas.
Estava lá um dos carrapatos gigantes correndo pelo laboratório enquanto o personagem tosco tentava matá-lo com uma seringa que continha qualquer substância aparentemente mortal. Depois de várias tentativa,s finalmente acertou o bicho. Mas não deu em nada... o líquido não fez efeito. Aí, no final, no desespero, o cara mata o carrapato gigante pisando sobre ele.
Old School.

Tom disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tom disse...

Problema deste post do Burosso é o momento que o Galo está vivendo.
Claro q são assuntos relacionados, acontece que os últimos acontecimentos urgem.
Sugiro que em outra ocasião ele seja recolocado.
Me ocorreu agora, ao que me parece o Bahia foi o primeiro clube brasileiro a entrar nesta onda de privatização e lançamento de ações.
Alguém sabe mais alguma coisa?