segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Não Sinhô!

Belo Horizonte (universidade do esporte é a solução. A China que o diga...) – Quando nós dizemos que a atitude e o comportamento da torcida influenciam o comportamento do time, muita gente duvida. A relação que há entre torcedores e jogadores é muito mais próxima do que se imagina. Tanto para o bem, quanto para o mal.
Durante anos e anos a torcida do galo condicionou o time (e a si própria) a não se importar com resultados consistentes, isto é, condicionou o time a acreditar que, quaisquer que sejam os resultados dos jogos, “a massa” sempre apoiará.

Para aqueles que duvidaram e ainda duvidam, escutei ontem aquilo que é a mais clara prova da calhordagem, o mais fiel exemplo dessa relação incoerente torcida x time. O zagueiro Marcos deu essa declaração à Itatiaia após a partida: “É ruim chegar ao estádio e ver que a torcida não está lá, incentivando, fazendo barulho. Mas nós sabemos que com duas ou três vitórias eles voltam a lotar o Mineirão”.

Essa declaração deixa escancarada tudo que nós temos dito sobre a responsabilidade da torcida, “a massa”, nisso tudo que está acontecendo. Deixa escancarado o fato de que os jogadores estão acostumados a não se preocupar com resultados consistentes e é isso que boa parte “da massa” se recusa a entender!

E deixa claro, também, que de alguma forma isso está mexendo com os cabra. Que a ausência da torcida está causando um incômodo (“é estranho não ver o mineirão lotado”). Indica que, como disse num desses pots anteriores, as mudanças nos sistemas estão acontecendo lentamente, ainda que ele se recuse a mudar (é só ganhar 2 ou 3 jogos que tudo volta ao normal...).

Quando nós aceitamos esse “contrato” que o Marcos propõe, o de voltar ao Mineirão após 2 ou 3 vitórias, nós estamos não só aceitando mas reforçando a instabilidade e a irregularidade do time, a mediocridade e a covardia das atuações dos jogadores. Muito mais do que isso, incentivamos a irresponsabilidade e a falta de compromisso com as vitórias, com a constante busca por títulos. Estamos dizendo, de forma implícita, que nós não nos importamos com o fato de o time não apresentar um futebol forte, consistente. Estamos dizendo que nós não nos importamos com o fato de eles estarem pouco se importando em ganhar alguma coisa. Muito disso tudo, mais do que nós, torcedores, imaginamos, é responsabilidade nossa.

Por isso, Marcos, um recado pro “sinhô”: NÃO! EU NÃO ASSINO O CONTRATO! Cansei dessa putaria e não serão 2 ou 3 jogos que me farão voltar ao estádio porque agora eu quero ver é futebol de verdade, sem mediocridade, sem covardia. Nem minha, nem sua. Eu quero ver é um time com qualidade que mostre bom futebol e que, ainda que saia derrotadodo embate, que seja pela qualidade superior do adversário e não pela extrema mediocridade dos jogadores do meu time.

E tenho dito.

5 comentários:

Gus Martins disse...

Palavras do Capitão do plantel alvinegro.
E isso é coisa que um 'lider' fale? Que incentive e cobre a mesmice? Que clame pela mediocridade?
O Jason já deu o recado pro senhor zagueiro. Aproveito para dizer. Esse contrato, também não assino.
E digo mais. A torcida aos poucos (bem aos poucos mesmo) está aprendendo a não vender a alma ao diabo, a não assinar papel no escuro.
Apesar de você, Marcos, querer que as coisas voltem a ser como antes, elas não voltarão.
Se você pede o público para assinar com sua mediocridade, eu peço pra você algo diferente:
Aprenda a jogar futebol e honrar a camisa que veste, ou pegue sua mediocridade, ponha numa sacola, enfie debaixo do braço e dê linha!
Com suas 2 ou três vitórias.

Eliana disse...

É isso aí, não adianta vir com uma rosa murcha depois de ter passado horas na esbórnia. Perdão só de joelhos, depois de provar que deixou a boemia.

Breno Souza disse...

Pior que ele foi muito petulante em falar de vencer duas ou três partidas, quando foi a última vez que o time do galo ganhou 3 partidas direto? Quarta-feira está aí e o resultado a maioria já sabe. Mesmice não e como diz sabiamente Gustavo, não assino esse tipo de contrato, porque isso é obrigação e não cláusula.

Flay Ferreira disse...

"Dizem que sou louco por eu ter um gosto assim, gostar de quem não gosta de mim!" É por isso que a torcida do Galo está desse jeito. Uma relação onde só um dos lados ama e o outro assiste ao sofrimento do primeiro só pode acabar em divórcio. Esse contrato é pior que comunhão de bens, aquilo que se conquistou indo pro outro depois da separação. E o amor desprendido? E o tempo perdido? Isso ninguém devolve. E é por isso que ao invés de cantar essa música do Hyldon, prefiro mesmo aquela do Roberto: "Por isso é que eu vou mudar
Não quero ficar chorando até o fim
E pra não chorar
Eu só vou gostar de quem gosta de mim"
E tenho dito.

Herberth Mendes disse...

Pior que ele tem lá seus motivos pra pensar assim. Uma vitória em cima do Sport + outra em cima do Santos foi = 26000 contra o Grêmio. Imagina se desse uma zebra e o Galo tivesse ganhado...passava de 30000 contra o Goiás. Se depender de mim vão continuar jogando pra essa mixaria que tá indo lá, mas que ainda tem muita puta por aí, ah isso tem.