Centro e Três

("Quem invoca os mais maléficos e maldomados demônios que habitam o peito humano, com eles travando combate, deve estar preparado para não sair ileso dessa luta" Sigmund Freud)

Antes que eu receba algumas boas pedradas, começo lembrando onde tudo começou no FEF.
A paixão está aí, a despeito de tudo o que a realidade nos mostra. Mas nem por isso esta realidade se faz menos presente.

O Twitter está em festa. Perdi as contas de quanto o Clube Atlético Mineiro foi ovacionado no dia de hoje. Quanto os atleticanos se mostraram, exaltaram a paixão, as cores preto e branco, o status diferenciado do "ser atleticano". Não nego nada disto.

Já me condenaram outras vezes por ter, na data de meu próprio aniversário, recusado-me a fazer qualquer tipo de comemoração. É, tem época que não é para isto, as coisas estão tão feias que o máximo que se quer em uma data marcante é que esta passe logo.

Não deixei de vestir o manto sagrado hoje, mas também não deixei de ficar incomodado com a eterna esperança de voltarmos a ser gloriosos, enquanto o dia-a-dia dentro (e por que não fora?) de campo nos mostram o contrário.

Não, não tenho o que comemorar. Há anos que nunca vi um título importante. E, cá pra nós,  quase 28 desses 103 anos é tempo demais para não acontecer algo da grandeza que nos orgulhamos em dizer que o clube tem.

No máximo, parabenizo:

- O presidente, porque por obra de sei lá que acaso, nasceu no mesmo dia.

- A massa, que iludida ou não, continua levando adiante um nome que nossos times pararam de levar.

- Uma minoria de atleticanos, que, remando contra a maré, não perdem a paixão nem a lucidez.